Os médicos peritos credenciados do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), em greve desde 25 de outubro, começam a retomar nesta terça-feira suas atividades. A volta ao trabalho foi assegurada após a confirmação da liberação do pagamento de serviços prestados relativos às competências de junho, agosto, setembro, outubro e novembro. O INSS passa a creditar, entre esta terça-feira e quarta-feira, R$ 30,9 milhões nas contas dos profissionais que aderiram à paralisação.

De acordo com o Ministério da Previdência, com o pagamento dos meses atrasados, ficam regularizadas todas as pendências com os cerca de 1,5 mil médicos grevistas, de um contingente de 3 mil no Brasil. Os créditos relativos a dezembro, estimados em R$ 3,4 milhões, serão pagos dentro dos próximos dias.

No Estado de São Paulo, segundo a AMPCI (Associação dos Médicos Peritos Credenciados do INSS), dos 970 profissionais, 450 aderiram à greve. "Mas nós ainda precisamos verificar se o pagamento dos atrasados será feito de forma correta", diz o secretário-geral da entidade que representa a categoria em nível nacional, o médico João Baptista Bapstistella Júnior.

Segundo a AMPCI, 70% das perícias no Brasil são realizadas pelos médicos credenciados, que operam em seus próprios consultórios e recebem R$ 24,00 por procedimento.

Durante o período de greve, de acordo com estimativas do INSS, deixaram de ser feitas 35 mil perícias na Região Metropolitana de São Paulo, sendo 30 mil só na Capital.

Os postos do INSS funcionaram normalmente segunda-feira, das 10 às 14 horas. O Instituto garante que todas as perícias atrasadas já foram remarcadas, sem incorrer em prejuízo aos segurados.

Grande ABC – Na região, onde operam dois postos do INSS – um em Santo André e outro e outra em São Bernardo – o impacto da paralisação dos médicos credenciados foi mais contundente em Santo André, onde todos os credenciados pararam.

A gerente-executiva do posto andreense, Fátima Conceição, disse que cinco profissionais já retornaram ao trabalho mesmo antes da confirmação do pagamento. "Ainda irei conversar com os outros médicos para saber quando reiniciam os atendimentos", afirma.

Em São Bernardo, os 17 médicos credenciados não entraram em greve, informa a gerente-executiva interina, Marina Reiko Ywai.