A decisão de ir para o ataque contra a guerra fiscal faz o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC abrir as portas para os vereadores, que serão aliados importantes para as futuras ações dos prefeitos. A aproximação com os parlamentares será consolidada nesta sexta na reunião entre o prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio, William Dib (PSB), e seus convidados, os presidentes das Câmaras das sete cidades. A pauta será a decisão dos prefeitos de acionar na Justiça as prefeituras que dão incentivos ilegais às empresas.

O presidente do legislativo de Santo André, Luiz Zacarias (PL), quer aproveitar a oportunidade para estreitar a relação com o Consórcio. “Temos de atuar em conjunto porque qualquer decisão dos prefeitos para a região acaba numa ação legislativa. Essa aproximação favorece a aprovação de projetos”, avalia Zacarias.

Para o presidente da Câmara de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PTB), os parlamentares têm como contribuir com os projetos desde o começo, quando são elaborados. “O Legislativo tem de estar junto na construção das idéias e não ficar apenas com a aprovação de projetos”. Segundo o secretário de Comunicação de São Bernardo, Raimundo Salles, a intenção de Dib é manter o contato com os presidentes das Câmaras como um organismo consultivo para o Consórcio.

Reação – A aproximação do Consórcio com as casas legislativas da região é uma resposta à crítica feita pelo deputado estadual Vanderlei Siraque (PT), publicada quinta no Diário. O petista, escolhido para representar os parlamentares do Grande ABC na entidade, reclamou que ainda não recebeu convite para participar das reuniões e disse que “Dib é incompetente para dirigir o Consórcio”.

Para Salles, Siraque reclama porque está desinformado e não conhece o estatuto da entidade. O próprio nome, Consórcio Intermunicipal de Prefeitos, demonstra que se trata de uma reunião de chefes do Executivo das cidades. Segundo Salles, Siraque pode participar da Câmara Regional do Grande ABC, que compreende outros segmentos.

Ainda de acordo com o secretário de São Bernardo, o deputado não acompanha as decisões do Consórcio, pois teria enviado, dia 19 de maio, um ofício mostrando seu desejo de participar das reuniões. “No dia 4 de junho, os prefeitos discutiram a questão e verificaram, no estatuto, que esta participação não poderia acontecer. Este tipo de crítica é descabida. Passa a impressão que as pessoas não podem participar. E isso não acontece.”