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Eleição muda 1º escalão de prefeituras
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
19/03/2006 | 08:37
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 Assim como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que deixará o comando do Palácio dos Bandeirantes no final do mês para disputar a Presidência da República, a Justiça Eleitoral determina que quem quiser se candidatar na eleição de outubro - seja qual for o cargo - terá de se desincompatibilizar do cargo público até o dia 31. A medida, no entanto, só atinge a quem ocupa algum posto do Executivo. No caso de reeleição, por exemplo, não há a necessidade de deixar a função.

A obrigatoriedade da saída causará mudanças no primeiro escalão de pelo menos três prefeituras do Grande ABC: Diadema, São Caetano e São Bernardo. Pelo menos um membro da administração desses municípios já demonstrou intenção de disputar cadeiras nos Legislativos estadual e federal. Em duas cidades, a Cultura é o setor que mudará de mãos. Em outra situação, a troca ocorrerá na Comunicação. Nos demais municípios do ABC, não há confirmação, por enquanto, de secretários que deixarão o Executivo.

Em São Caetano, o cargo que ficará vago é de secretário de Cultura. O titular da Pasta, Alessandro Leone (PSB), confirmou que deixará a administração no último dia deste mês para disputar uma vaga na Assembléia Legislativa. Os motes de sua campanha serão focados nas áreas de Cultura, Educação, Esportes e na juventude.

A intenção do ainda secretário é fazer dobradinha com o deputado federal Edinho Montemor (PSB-São Bernardo), que busca a reeleição. Pertencente ao grupo de apoio do prefeito José Auricchio Júnior (PTB), Leone explica que, se a verticalização for mantida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o partido deverá fazer a reavaliação do quadro eleitoral. "Se for mantido o critério determinado pelo TSE, o cenário muda, já que existe a possibilidade de o Ciro (Gomes, ministro da Integração Nacional, da mesma legenda) ser o vice de Lula. Acho um absurdo essa questão da verticalização, mas vamos acatar o que for decidido."

Segundo Leone, ainda não há o nome de seu substituto, mas ele já dá como certo que a legenda continuará no comando da Pasta. Esse é o único cargo do primeiro escalão ocupado pelo PSB em São Caetano. "O prefeito já sabe de minha posição e me apóia. Mas a decisão é minha. A candidatura é uma questão interna do partido."

O ex-prefeito de Diadema e atual secretário de Cultura do município Gilson Menezes (PC do B) também deixará o posto no final deste mês, mesmo sem ter ainda definido qual cargo irá disputar. Segundo o ex-chefe do Executivo, as possibilidades giram em torno da Assembléia Legislativa e da Câmara dos Deputados. "Eu estou à disposição para contribuir em qualquer eventualidade", diz, lembrando que a legenda tem insistido para que ele saia a deputado estadual.

Se decidir disputar vaga na Assembléia Legislativa, o comunista enfrentará o candidato oficial do prefeito José de Filippi Júnior (PT), o deputado estadual Mário Reali (PT), que tentará a reeleição. Mas Gilson não pretende entrar em atrito com o grupo a qual está aliado desde a eleição municipal de 2004, quando, ao ficar em terceiro lugar no primeiro turno, decidiu apoiar o petista no segundo. "Como somos aliados do PT, até mesmo em nível federal, queremos conversar para encontrar a melhor saída", explica, afirmando que o prefeito Filippi reagiu com tranqüilidade ao ser comunicado de sua saída.

Mas o fato é que, apesar da mudança, o partido também continuará no comando da Pasta. Quem assumirá será a irmã de Gilson, Maria de Fátima Menezes Ventura, filiada ao partido e atual diretora do setor. O PC do B ainda comanda a Secretaria de Esportes de Diadema, com o ex-jogador do Corinthians Wladimir Rodrigues dos Santos. "Hoje nós trabalhamos por meio de colegiado na Pasta. Portanto, não mudará a filosofia do trabalho realizado." Gilson está no comando da secretaria desde o início da gestão, em janeiro de 2005.

Em São Bernardo, a vaga que ficará livre é a de secretário de Comunicação. O advogado Raimundo Salles (PFL) também garantiu que deixará o posto no final do mês, mas, a exemplo de Gilson, ainda não tem a candidatura confirmada pela legenda. As apostas são grandes para que o secretário dispute o cargo de deputado federal.



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