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Chance de nova eleição em S.Caetano é mote de última sessão

Políticos de oposição em S.Caetano usaram tribuna para celebrar rejeição de recurso de Auricchio

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
09/12/2020 | 00:01
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Divulgação


A decisão do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) de rejeitar recurso do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), mantendo indeferimento do registro de candidatura, permeou os discursos ontem na tribuna da Câmara na sessão ordinária derradeira da legislatura. Era a primeira plenária legislativa pós-julgamento do processo do tucano, na segunda-feira. A possibilidade de realização de novas eleições na cidade pautou as declarações dos vereadores que compõem a oposição.

Entre os mais críticos da administração tucana, Ubiratan Figueiredo (PSD), reeleito na chapa do prefeiturável Fabio Palacio (PSD), alegou que o órgão – com votação contrária de seis a zero – acertou mais uma vez e deu uma lição. “Abateu ave que estava voando em cima do tribunal. São Caetano em plena pandemia, voltando às mortes, vamos ter que ter novas eleições. E o prefeito não sabia?” O correligionário César Oliva (PSD), que também renovou mandato, frisou que o resultado do TRE-SP já era sabido. “Cansamos de falar. Muita gente não acreditou. Por unanimidade deixou impugnado.” Fora da próxima legislatura, Sidão da Padaria (PSD) falou que situação dá respiro de nova confiança. “Incerteza de saber o que vai acontecer é ruim à população.”

O tucano foi sentenciado por captação ilícita de recursos na campanha eleitoral de 2016. Os advogados de Auricchio adiantaram que irão recorrer da decisão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na tentativa de reverter o cenário. A defesa considera que o prefeito não está inelegível, baseando-se em recurso especial concedido pelo presidente do TRE-SP, que suspendeu os efeitos da condenação aplicada em primeiro grau.

Líder do governo no Legislativo, Tite Campanella (Cidadania) insistiu na tese de que Auricchio tem de recorrer em Brasília porque venceu no voto. Segundo ele, o tucano não tem culpa de ter recebido doação de pessoa que não tinha condição financeira. “Não foi o agente responsável por fazer a doação. Foi erro do próprio contador, que se atrapalhou, tanto no caso do prefeito quanto no caso do Camilo Cristófaro (vereador da Capital). No caso do Cristófaro, ele foi absolvido. O prefeito tem de recorrer ao TSE e aguardar o mesmo resultado (que foi dado a Cristófaro). O que muda é a questão dos valores envolvidos. Porque amanhã você recebe dinheiro de um inimigo político que faz isso só para incriminar e você perde o direito de disputar a eleição.” Acrescentou que a base está despreocupada com essa movimentação ao considerar que a oposição ainda “não desceu do palanque”.

Presidente da casa em exercício, Edison Parra (Podemos) convocou sessão extraordinária para segunda-feira para apreciar projetos encaminhados pelo Executivo. Impactado pela decisão que acolheu recurso do vice-prefeito, Beto Vidoski (PSDB), que teve os votos validados na briga por cadeira de vereador, Parra assinalou que não dará adeus à Câmara, e sim um “até logo”. “Confio muito na Justiça de Deus. A Justiça dos homens não é tão boa, mas temos que respeitar, independentemente de concordar ou não, somos obrigados a aceitar. Existem instâncias que a gente vai ainda discutir a possibilidade de retornar.” 




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