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Confiança e custo formam os líderes
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
09/12/2009 | 07:00
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Os comerciais leves mais vendidos nos 11 primeiros meses do ano são velhos conhecidos dos brasileiros. Alguns com até mais de uma década de mercado, os líderes sinalizam a importância da confiança e do baixo custo no segmento.

Os dados já contabilizados até novembro indicam que dificilmente alguma posição deverá ser alterada até o fim de 2009 nos cinco subsegmentos em que a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divide os comerciais leves: picapes pequenas, picapes médias, furgões, furgões pequenos e utilitários esportivos.

Entre as picapes pequenas, a Strada (Fiat) manteve sua folgada liderança de vendas nos 11 primeiros meses do ano. Segundo a Fenabrave, a Strada emplacou 80.978 unidades entre janeiro e novembro. O montante lhe garantiu 54,48% do mercado, de acordo com dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), em que se baseia a Fenabrave.

Com nova proposta de cabine para quatro pessoas, a Strada renovou o segmento em que pretende manter soberania. O veículo é um dos responsáveis por manter a Fiat na liderança geral de vendas, já que a montadora mineira perde para Volkswagen na disputa em automóveis.

A Montana (General Motors) ocupou a segunda colocação com 30.458 (20,87%) no mesmo período. Já com a renovação total, a Saveiro ainda não demonstrou força para sair do terceiro lugar. A picape pequena da Volkswagen acumulou 26.424 até novembro, o que lhe valeu uma fatia de 18,10% do mercado brasileiro.

Entre as picapes médias, a liderança absoluta ficou com a General Motors. Nada parece abalar a veterana S10, que está há quase 15 anos no mercado. O modelo emplacou 35.470, o que lhe rendeu entre janeiro e novembro 35,34% no Brasil.

Atrás dela aparece a Hilux (Toyota), com 27.285 unidades comercializadas no mesmo período (27,18% do mercado). Com 17.839 unidades emplacadas, a L 200 (Mitsubishi) surge com quase metade das vendas da líder (17,77%).

"A Chevrolet S10 é realmente um fenômeno. A picape, que já era a com o melhor custo-benefício e a única com motorização flex do segmento, ficou ainda melhor com a modernização estética implementada a partir da linha 2009 e com os novos equipamentos de série e acessórios originais", afirma José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da General Motors do Brasil.

A Chevrolet S10 é um case de sucesso e coube a ela inaugurar, em 1995, com o lançamento da primeira versão do modelo, o segmento das picapes médias no País. Esse segmento teve expansão significativa, e a S10 o liderou de forma absoluta nos últimos 13 anos. No período de 1995 a novembro de 2009 foram emplacadas no País mais de 300 mil unidades da picape S10.

A criação do motor flex abriu novidade no subsegmento, que ainda não foi seguida pelas concorrentes diretas, como a Hilux e Ranger (Ford), que só têm motores a diesel ou a gasolina.

Entre os furgões, nada abala a liderança da Velha Senhora, a Kombi (Volkswagen), que já passou dos 50 anos de idade. Nos 11 primeiros meses do ano, o furgão que carrega o que pesa, ou seja, 1 tonelada, emplacou 25.203 unidades, o suficiente para lhe garantir 43,08% das vendas no mercado nacional. Em seguida, aparece o caminhão HR, montado em formato CKD (é importado desmontado da Coréia) em Goiás.

O HR tem menos da metade das vendas da Kombi, com 9.749 emplacadas entre janeiro e novembro - fatia de 16,67% do mercado. O Ducato (Fiat) vem logo a seguir, com mais de 7.116 veículos, ou 12,16% do mercado.

O setor de furgões grandes é hoje um dos mais disputados por representar boa rentabilidade para as montadoras. Também integrado pelas vans, o subsegmento ganha cada vez mais veículos eficientes e avançados tecnologicamente.

A Kombi lidera pelo custo-benefício, mas quem busca maior tecnologia, agilidade e espaço tem migrado para veículos como a Sprinter (Mercedes-Benz), que, no cômputo geral do subsegmento, ainda tem menos 5% das vendas.

"Preço é um fator atraente neste mercado, mas algumas marcas, como a nossa, tentam atrair clientes oferecendo produtos com custo-benefício que se justifica com o tempo de uso do veículo", afirma Sérgio Galhardo, gerente de vendas da linha Sprinter da Mercedes-Benz do Brasil.

"A Kombi ocupa uma lacuna de mercado que não tem competidor em faixa de preço e em categoria de uso", diz José Rinaldo Caporal, da consultoria Megadealer, especializada em varejo automotivo. "É o melhor custo-benefício da categoria", afirma o gerente de planejamento de marketing da Volkswagen, Fabrício Biondo. O potencial comprador está inserido nas classes B e C e tem entre 30 e 45 anos.

Entre os furgões pequenos, a Fiat dá outro banho. Quase único no mercado, o Fiorino vendeu entre janeiro e novembro 15.641, de acordo com os dados reunidos pela Fenabrave. Com isto, o carro alcançou 81,04% das vendas em seu subsegmento. Em seguida, aparece um outro Fiat, o Doblò, na versão carga, com 9,72% do mercado, ou 1.977. A Partner (Peugeot) aparece em seguida, com 754 (3,91%).

"O Fiorino apresenta mecânica e manutenção de baixo custo, além de agilidade para entregas nos congestionados centros urbanos", já definiu Lélio Ramos, diretor comercial, sobre a fórmula do sucesso do pequeno furgão.

Já entre os SUVs (Veículos Utilitários Esportivos, na sigla em inglês), também não há novidades. Mesmo que muita gente se questione se o EcoSport (Ford) é mesmo um comercial leve ou automóvel, o veículo somou 40.301 unidades comercializadas entre janeiro e novembro, conquistando 26,78% das vendas."O Eco é um dos pilares da Ford", costuma dizer Antonio Baltar, gerente-geral de marketing da montadora.

Surpresa é o crescimento acelerado do Tucson (Hyundai) que atingiu no período o emplacamento de 25.603, o que lhe garantiu um market share de 17,02%.

O grupo Caoa informou que vai produzir o modelo em Goiás. Em terceiro lugar, aparece o Pajero (Mitsubishi), que foi totalmente repaginado. O carro emplacou 13.042 unidades, o que lhe garante 8,70% do mercado brasileiro em seu subsegmento.




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