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Donisete vai para Brasília tentar resolver impasse de dívida histórica

União convoca prefeito da região para tratar
de deficit bilionário no ‘dia D’ da repactuação

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
30/01/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), foi convocado a comparecer hoje, às 15h, na sede do Tesouro Nacional, em Brasília, para tentar enfim solucionar a repactuação da dívida da cidade de R$ 3 bilhões para R$ 469 milhões. A expectativa no governo mauaense é que a negociação, que se arrasta há quase dois anos, seja resolvida e a cidade volte a ter crédito para financiamentos, receber as parcelas do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e possa planejar investimentos de maneira segura.

Donisete, no entanto, mantém cautela. “Não tenho certeza se vou assinar ou não (a repactuação final). Já fui tantas vezes a Brasília. Foram tantas idas e vindas, sempre faltava um documento. Então não tenho certeza. Amanhã (hoje) é o ‘dia D’. Fiquei surpreso porque essa foi a primeira vez que me ligaram do Tesouro. Vou confiante, mas não dá para vislumbrar a assinatura”, pontuou o prefeito, que disse ter conversado com a direção do Tesouro e da CEF (Caixa Econômica Federal) ontem.

Se o acordo não se concretizar hoje, certidões exigidas pelo Tesouro perderão a validade e terão de ser retiradas novamente junto a órgãos burocráticos, como o TCE (Tribunal de Contas do Estado).
A negociação envolve operação delicada de troca de títulos entre o Tesouro e a CEF. O banco foi o responsável pelo financiamento acertado em 1991 para as obras de canalização dos córregos Corumbé, Bocaina e Tamanduateí, iniciadas em 1992 pelo então prefeito Amaury Fioravanti. Pelo fato de o compromisso financeiro não ter sido honrado pelos sucessivos governos, o passivo foi transferido, em 2006, para a União, que passou a bloquear na fonte o FPM para amortização do débito.

“Se assinarmos esse acordo, será um fato histórico, que talvez as pessoas de 23 anos, por exemplo, não tenham dimensão. Com a garantia da repactuação, vou procurar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), porque a voltaremos a ter crédito. Hoje estamos usando cheque especial. Poderemos sanear as finanças do município”, pontuou o prefeito.

A dívida será paga à CEF com retenção de 40% a 60% do FPM – que tem valor total em torno de R$ 5 milhões mensais – ao longo de 20 anos. O deficit total será corrigido em 6% ao ano, mais TR (Taxa Referencial) de 0,5%. O restante do fundo voltará a cair na conta do município e poderá somar mais R$ 20 milhões ao Orçamento de R$ 1,25 bilhão estimado para este ano.

A repactuação passou a ser discutida na gestão passada, de Oswaldo Dias (PT). A concretização do negócio foi uma das principais promessas de Donisete.  




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