Na última semana, a Land Rover lançou o primeiro centro permanente de direção off-road. Chamado de Land Rover Experience Centre, o local foi montado dentro do Haras Larissa, a cerca de 100 quilômetros da Capital.

O espaço nasceu da necessidade de mostrar aos clientes (e interessados pela marca, visto que não é necessário possuir um Land Rover) como o carro funciona no uso fora de estrada, pois, "a maioria dos proprietários nunca experimentou ultrapassar os limites do asfalto a bordo de um Land Rover", diz o organizador do Land Rover Experience, Augusto Carvalho.

Para conferir, na prática, esta experiência, o Diário foi convidado a dirigir o Range Rover Sport, modelo que custa R$ 322 mil e traz embaixo do capô o motor 3.0 biturbo TDV6 HSE de 245 cv.

No uso urbano, o veículo traz bom desempenho (chega aos 100 km/h em 9,3 segundos, nada mau para um veículo que supera as duas toneladas). Mas foi enfiando o carro na lama que pudemos constatar as verdadeiras aptidões deste utilitário.

NA PRÁTICA

Sem abrir mão do conforto a bordo e da sofisticação, o Range Rover Sport entra na pista (de três quilômetros de extensão) nos dando total sensação de segurança. Nesse momento, ainda estamos no banco de trás.

O primeiro obstáculo é a inclinação lateral. "Esta é uma das situações mais temidas, pois o risco é grande devido à perda do centro de gravidade do veículo, que fica, praticamente, sem equilíbrio", explica a instrutora Ana Cláudia Vallone Carvalho.

Nessa hora, Ana recomenda acionar a opção 4x4 reduzida - a tecla fica no console central, perto da alavanca de câmbio, que precisa estar no modo neutro. São 35 graus de inclinação.

Vencido o obstáculo, é hora de encarar a lama com facões. Exatamente, aquelas marcas deixadas pelos pneus do carro à frente, onde temos a forte sensação de que estamos prestes a atolar. Mas, nada disso. Com marcha reduzida, suspensão elevada e aceleração constante, passamos pelo trilho com poucos deslizes. Para evitá-los, a marca poderia investir um pouco mais e colocar pneus de uso misto nos modelos, mas prefere apostar todas as fichas na tecnologia.

O próximo passo é encarar subida e descida acentuadas. Aqui, o ideal é sair em segunda marcha (modo sequencial) e engatar a reduzida novamente. No momento de descer, basta acionar o Hill Descent Control - que controla o veículo durante as descidas - e dar descanso para o pé. Um pouco difícil acreditar, mas não é necessário acelerar ou frear, a tecnologia dá conta do recado.

Espaço e comodidade

O conforto é o que mais chama atenção quando se está a bordo do Range Rover Sport.

Os ocupantes ficam bem acomodados nos 2,75 metros de distância entre os eixos. No banco (em couro) do motorista, fica fácil achar a posição de dirigir - os comandos de regulagem do assento e dos retrovisores externos são elétricos.

O painel tem fácil visualização, mas poderia ter iluminação um pouco mais moderna e manuseio menos complicado. Funções simples, como zerar o hodômetro, exigem atenção especial do motorista.

O ar-condicionado (automático) possui saídas também na parte traseira.

Freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem, direção eletro-hidráulica, faróis de xenon com LEDs e rodas de 20 polegadas fazem parte da lista de equipamentos de série.

Ao volante, condução é facilitada pelo Terrain Response

Chega o momento de assumir o volante. O barro fica para trás e agora é hora de encarar um trecho com pedras - em que o maior perigo é furar os pneus. O sistema Terrain Response (que adequa o veículo aos mais diversos tipos de terreno) fica responsável por definir mudanças no comportamento do veículo, como deixar as rodas e suspensões mais firmes e conter o desempenho. Assim, o Range Rover Sport parece desfilar sobre as pedras.

O mesmo acontece nos obstáculos, curso de nível e ponte que cai, onde o veículo desaba quando chega a extremidade.

O fator inibidor é mesmo o preço. Afinal, o veículo mais barato da marca passa dos R$ 120 mil e não traz todo esse aparato.