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Por imposição do tráfico carioca, crianças estão sem aulas na escola
07/07/2005 | 00:33
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Crianças e adolescentes que moram na Favela do Lixão, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e em seu entorno estão sem aulas desde segunda-feira, por imposição do tráfico de drogas. No domingo à noite, seis criminosos morreram durante tiroteio com a Polícia Militar e seus comparsas determinaram que todos os estabelecimentos fossem fechados por três dias.

O motorista José Fernando dos Santos, 30 anos, tentou levar os dois filhos ao colégio durante toda a semana, mas voltou para casa com eles. "A diretora disse que não tinha segurança para ter aula, porque recebeu ameaças. Os professores não foram trabalhar", disse. Anderson Felipe, 9, estuda na Escola Municipal Darcy Ribeiro, e o caçula, Alison, de 5, no Centro Educacional Laguna e Dourados.

Nesta quarta-feira, os meninos aproveitaram o dia de folga para jogar bola com o pai no pátio do Ciep Lírio do Laguna, também fechado. Santos, que mora na favela, contou que a rotina mudou depois do último confronto. "Os bandidos ordenam e as pessoas obedecem. Todo mundo sabe: quem manda na favela é o chefe. Não se pode ir à padaria nem ouvir música alto", desabafou Santos, que veio da Paraíba há três anos, para trabalhar e, por causa da violência, já pensou em retornar. Na porta dos colégios e creches, foram colocados avisos: "Aulas só na 5ª feira".




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