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Rio: PMs suspeitos de matar três jovens têm prisão decretada
Do Diário OnLine
Com AE
15/06/2004 | 23:26
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Vinte seis policiais militares do Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel) suspeitos de participação no assassinato de três jovens moradores do Morro do Fogueteiro, na zona Norte do Rio, foram afastados pela Secretaria da Segurança Pública do Rio, que determinou a prisão administrativa de todos eles. Laudo do IML (Instituto Médico-Legal) divulgado nesta terça-feira mostra que foram encontradas cinco cápsulas mais fragmentos nos corpos dos adolescentes, mortos com pelo menos dois tiros cada, todos na cabeça.

Os jovens Thiago de Souza Marques de Oliveira, 15 anos, Leandro Celestino Rodrigues, 16, e Vladir Borges Furtado Barbosa, 19, foram encontrados mortos na manhã de domingo, baleados com vários tiros, a maioria nas cabeças. Segundo testemunhas, eles foram presos e espancados por policiais militares, e depois colocados dentro de carros. Os corpos foram encontrados em Inhaúma.

Nesta terça-feira, parentes de dois dos jovens mortos e testemunhas prestaram depoimento na inspetoria da Secretaria de Segurança Pública. Um taxista confirmou ao inspetor-geral de Polícia, coronel João Carlos Ferreira, que viu policiais do Getam, na rua Barão de Petrópolis, no Catumbi, Zona Norte do Rio. O inspetor-geral de polícia considerou convincente o depoimento da testemunha – ele relatou não ter identificado o número do carro usado para levar os moradores, mas afirmou que era uma unidade do Getam.

O delegado titular do 6º DP, Ricardo Dias Teixeira, responsável pela investigação do caso, começou a ouvir os policiais suspeitos – até o fim da tarde desta terça, dos 22 que haviam sido levados para a delegacia, seis negaram envolvimento.

Os 26 policiais que estão sendo investigados eram responsáveis pelo patrulhamento na área do 1º Batalhão da PM, no Estácio. Também foi instaurado inquérito policial militar para apurar administrativamente a acusação. Ontem o delegado recolheu 24 pistolas e 11 fuzis que estavam com os policiais suspeitos e mandou para a perícia quatro viaturas que foram usadas no dia do crime, para verificar se há resíduos de sangue. No início da noite, a perícia revelou que os tiros partiram de um revólver calibre 30 e de uma pistola calibre 380, que não são usadas oficialmente pela polícia.

Crítica - A Associação dos Policiais Militares criticou a decisão de Garotinho por meio de nota divulgada nesta terça-feira. Segundo o comunicado, nenhum cartel na PM pode manter presos 26 policiais com condições precárias de alojamento.




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