Política Titulo Contrato encerrado
Santa Casa de Birigui inicia demissões em Ribeirão Pires

Gestora da saúde da cidade comunica fim de vínculo; atendimento é prejudicado na UPA

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
17/02/2021 | 03:27
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Nario Barbosa/DGABC


A Santa Casa de Birigui, OS (Organização Social) responsável pela gestão da saúde de Ribeirão Pires, iniciou demissão dos funcionários que atuam na cidade depois que foi informada pelo governo do prefeito Clóvis Volpi (PL) que o contrato vigente não será prorrogado. E, no primeiro dia em que começou a comunicar os colaboradores sobre o desligamento, o atendimento à população foi prejudicado, em especial na UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Parte dos trabalhadores assinou ontem aviso prévio de 30 dias de desligamento dos quadros e deverão permanecer nas funções até dia 16 de março. Somente na UPA foram 70 funcionários informados da demissão. Logo após o comunicado os reflexos nos atendimentos foram sentidos. Na parte da tarde apenas dois médicos atuavam na UPA. Na hora do almoço houve aglomeração de pacientes à espera de consulta.

Funcionários ouvidos pelo Diário confirmaram que receberam o aviso prévio, mas declararam que foram pegos de surpresa, já que a informação de demissão não circulava entre os funcionários.

A gestão de Volpi revelou que tinha intenção de encerrar o contrato com a entidade durante entrevista do secretário de Saúde, Audrei da Rocha. À ocasião, o titular da pasta informou que chamamento público já estava em andamento para contratação de nova OS.

Por meio de nota, a Prefeitura de Ribeirão Pires informou que o contrato com a Santa Casa de Birigui está em vigência até o dia 8 de março. E que o edital para a contratação de uma nova empresa para administrar a UPA deverá ser publicado na sexta-feira. A administração também declarou que já comunicou oficialmente a entidade de que não tem interesse em continuar com a empresa. Além disso, a gestão Volpi admitiu a intenção de absorver parte dos funcionários da Santa Casa de Birigui.

HISTÓRICO

Inicialmente, a Santa Casa foi contratada para gerir o Caps (Centro de Atenção Psicossocial), com acordo anual de R$ 4,8 milhões. Tempos depois, herdou vínculo que pertencia ao CEM (Centro Hospitalar de Atenção e Emergências Médicas) com valor de R$ 10,2 milhões ao ano. A Santa Casa, entretanto, manteve o serviço por R$ 7,6 milhões pelo período de 12 meses.

Durante o ano passado, policiais civis e promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, cumpriram mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Raio X, que tinha como principal objetivo desmontar esquema de desvio de recursos públicos e em contratos com OSs de saúde. À época, a ação envolveu Osvaldo Coca Moralis, funcionário da Santa Casa de Birigui que atuava em Ribeirão Pires. No ano passado, a entidade de saúde recebeu R$ 9 milhões da gestão do ex-prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB).
 




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