O vice-prefeito de Diadema, Márcio da Farmácia, e a secretária de Habitação, Regina Gonçalves, ambos do PV, selaram dobrada para as eleições de outubro e sairão candidatos a deputados estadual e federal, respectivamente. A aliança, ainda acertada internamente, põe fim a impasse no governo Lauro Michels (PV) sobre quem seriam os nomes do Parque do Paço no pleito.

A dobrada visa, segundo apurou o Diário, minar chances de vitória do presidente da Câmara e primo do prefeito, Marcos Michels (PSB), que vinha reivindicando apoio do governo para ser o postulante à Assembleia Legislativa. Nessa linha, a estratégia da dupla passa por deixar o PV e migrar para o Podemos (antigo PTN).

Na análise dos verdes, a vitória de ambos ficaria mais próxima se as candidaturas forem abrigadas em partido com menos nomes de peso para disputar as vagas nos Legislativos estadual e federal. Pelos cálculos da dupla, seria possível se eleger ao alcançar cerca de 40 mil votos. Nas eleições de 2014, Márcio foi postulante a federal e teve 40.979 votos, já Regina recebeu 58.009 adesões, os dois pelo PV, e não conseguiram se eleger.

O Diário apurou que Márcio se reunirá hoje, inclusive, com lideranças do Podemos na cidade para acertar sua filiação. A informação é que Regina seguirá o mesmo caminho. Integrante do primeiro escalão, a dupla tem até o dia 6 tanto para trocar de partido quanto para deixar os cargos no governo, como determina a lei eleitoral.

A decisão do vice-prefeito, preferido para ser candidato à sucessão de Lauro em 2020, indica recuo do verde, que em janeiro disse ao Diário que não seria candidato. Ontem, o verde não quis confirmar as movimentações, porém demonstrou que deve figurar nas urnas em outubro. “Eu nem quero (ser candidato), mas as coisas estão se movimentando. Me fizeram alguns convites, mas não quero me pronunciar enquanto não houver definição”, desconversou.

Já Regina preferiu cobrar Lauro publicamente pela confirmação da dobrada com Márcio. “Quem tem que comentar (sobre as candidaturas) é o prefeito, não eu”, sentenciou. Internamente, os verdes têm se queixado sobre a falta de posicionamento público do prefeito sobre as estratégias para a eleição.

Embora o governo enxergue êxito eleitoral na dobrada entre Regina e Márcio da Farmácia pelo Podemos, a escolha tende a estremecer a unidade na bancada do PV. Para impedir a adesão dos verdes à candidatura de Marcos, e consequentemente o triunfo do primo, Lauro vinha escorando o discurso internamente na ideia de que a bancada deveria apoiar nomes do PV. Com a troca, o argumento do prefeito pode constranger os parlamentares.