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Anfavea foca na melhoria da competitividade

Belini vai finalizar propostas em abril para discussão
entre toda a cadeia da indústria e governo

Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
08/01/2011 | 07:28
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O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, disse que vai finalizar em abril propostas para melhorar a competitividade da indústria automobilística, que cobra do governo medidas contra o avanço do veículo importado no mercado interno e queda de vendas do carro nacional no Exterior.

Para Belini, a "luz amarela" já acendeu para os fabricantes. Desde 2005, o veículo brasileiro perde força nos mercados externos - ao contrário dos importados, que só crescem internamente, mesmo pagando alíquota de importação de 35%, uma das mais altas tarifas alfandegárias cobradas em todo o mundo.

De acordo com dados da Anfavea, seis anos atrás a indústria brasileira exportava 30,7% da produção contra 5,1% de importados. Em 2010, do total de 3,515 milhões de veículos emplacados, 660 mil (21,7%) foram importados contra 11,9% da produção interna exportada.

"Vamos finalizar em abril as propostas para serem discutidas entre o governo e toda a cadeia da indústria automobilística", afirmou Belini. "Não podemos ficar mais adiando esta questão, pois é de vital importância para o papel que o Brasil pretende desempenhar no cenário internacional."

No balanço entre importados e exportados, o Brasil teve, em 2008, saldo positivo de 193 mil veículos. Em 2009, o saldo ficou 121 mil negativo. Neste ano, a balança registrou deficit de 158 mil unidades. Ante o superávit de US$ 2,4 bilhões de três anos atrás, 2009 registrou deficit de US$ 3,7 bilhões. No ano passado o saldo negativo atingiu US$ 5,7 bilhões.

Alto valor das matérias-primas internas, elevada carga tributária, incentivo à incorporação de novas tecnologias e desoneração dos veículos exportados, além da melhoria da infraestrutura e desburocratização da importação de máquinas e componentes são alguns dos temas que a Anfavea considera importantes de serem revistos para que o carro produzido aqui volte a ser competitivo.

Segundo a Anfavea, do total de 660 mil veículos vindos do Exterior em 2010, 60% foram importados pelas próprias montadoras, que fazem intercâmbio de produção, principalmente, com países com os quais o Brasil mantém acordo de livre comércio - integrantes do Mercosul e México.

Para Belini, o intercâmbio não é o preocupante, mas sim a tendência de crescimento do importado, que, pela maior competitividade diante da valorização do real e do nível tecnológico mais avançado, passa a ser mais desejado pelo consumidor.

Segundo ele, os importados vão continuar avançando em 2011 e devem encerrar este ano com 22% do mercado interno, que deverá registrar crescimento de 5% e atingir 3,690 milhões de unidades emplacadas. "É um mercado muito apetitoso, o quarto maior do mundo, e todo mundo vai querer tirar proveito", disse.

Segundo o presidente da Anfavea, as montadoras estão investindo entre 2010 e 2012 US$ 11,5 bilhões na renovação de produção, maquinários, incorporação de procedimentos e tecnologias para ampliar a capacidade instalada e melhorar o nível dos veículos fabricados no Brasil.




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