Economia Titulo Manifestação
Ato contra reforma da Previdência reúne 5.000

Passeata organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, em S.Bernardo, integrou o Dia Nacional de Luta

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
23/03/2019 | 07:03
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Nario Barbosa/DGABC


A manifestação contra a reforma da Previdência organizada pelo SMABC (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) reuniu cerca de 5.000 pessoas na manhã de ontem, em São Bernardo. A concentração ocorreu em frente à Mercedes-Benz, no bairro Pauliceia, onde o grupo seguiu em caminhada até a Ford, no Taboão, integrando mais trabalhadores na passeata, que terminou no Largo do Rudge Ramos, após percurso de três quilômetros.

O ato fez parte do Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, promovido pelas centrais sindicais em conjunto com movimentos sociais. “Esta não é uma proposta de reforma qualquer. Ela representa o fim do direito de se aposentar depois de anos de trabalho, de ter a garantia de uma aposentadoria com um valor decente. É contra isso a luta que estamos fazendo agora”, destacou o presidente do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, de cima do caminhão de som.

Quando os dois grupos se encontraram, em frente à Ford, o dirigente lembrou que a atividade também foi pela luta pela manutenção dos postos de trabalho na montadora, que anunciou o fechamento da unidade há pouco mais de um mês. “Estão aqui os companheiros da Ford que, além da Previdência, também voltam hoje às ruas para continuar lutando pela garantia dos seus empregos.”

Com a chegada no Rudge Ramos, os trabalhadores aprovaram o encaminhamento do sindicato de manter a mobilização pela Previdência, inclusive aderindo à greve geral, se esta for a indicação das centrais. O encerramento do dia de mobilização foi com ato na Avenida Paulista, em São Paulo, na altura do Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), às 17h.

O projeto da reforma foi entregue pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao Congresso em 20 de fevereiro. Entre as principais mudanças previstas está o estabelecimento de idade mínima para aposentadoria de 65 anos para homens e 62 para mulheres, o que irá excluir a chance de pedir o benefício por tempo de contribuição.

MERCEDES-BENZ - Em nota divulgada ontem, a Mercedes-Benz lamentou a manifestação e afirmou que o movimento interrompeu o primeiro turno de produção em São Bernardo, “trazendo, com isso, ainda mais prejuízos para a nossa companhia e para os nossos colaboradores. As perdas são ainda maiores, considerando que a Mercedes-Benz está se recuperando de forte dano causado às nossas instalações devido às intensas chuvas na região do Grande ABC há poucos dias”, informou.

A montadora foi afetada durante as enchentes causadas pelo temporal do último dia 10 e paralisou as atividades durante uma semana. Neste período, de acordo com estimativa do SMABC, deixou de fabricar cerca de 300 ônibus e 400 caminhões.

No posicionamento, a montadora destacou que várias horas de trabalho foram mais uma vez perdidas, em um curto espaço de tempo. “E o mais agravante é que os temas reivindicados pelo movimento de hoje (ontem) fogem de nosso controle, visto que não dependem da decisão da nossa companhia. Além disso, é incompreensível, em um momento tão delicado, que a sede de nossa empresa seja escolhida como ponto de encontro para este ato sindical”, disse.

A empresa finalizou a nota dizendo que renova constantemente os investimentos na região e no País e que “lidera a produção de caminhões e ônibus, gerando renda e emprego a milhares de famílias”. Atualmente, a planta emprega 8.000 funcionários. 




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