Em cartaz no Cineclube DirecTV, Bully é o passo seguinte a Kids (1995). Desconsidere-se assim o frustrante Kids e os Profissionais (1998), também dirigido por Clark. O filme em cartaz enfoca a juventude, infinitamente mais transviada do que a geração James Dean, aproximadamente 17 anos, drogada, prostituída e perversa. E este último adjetivo importa, e muito, para Bully.
Baseado em fato verídico ocorrido em 1993 na Flórida, o longa vai além de Kids: trata os adolescentes como usuários, como prostitutos e, sobretudo, como criminosos. Bobby e Marty são dois amigos que vivem entre o surfe e a azaração, numa relação não muito harmoniosa. Bobby exerce um certo despotismo sobre o amigo ao humilhá-lo e fazer questão de oprimi-lo a seu belprazer, cabendo-lhe muito bem a alcunha de “bully” (em inglês, o covarde que aproveita a condição dos mais fracos para botar panca).
A solução para Marty virá por vias criminais, sugeridas por sua nova namorada. Os novos pixotes norte-americanos de Clark não só cheiram, não só fumam, não só transmitem aids. Eles agora matam também, e isso é um desvio e tanto na ainda curta carreira do cineasta.
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