D+ Titulo Mexa-se
São Bernardo respira skate
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
22/04/2012 | 07:00
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Celso Luiz


Os skatistas de plantão não podem perder: no sábado (28) vai acontecer a 1ª Etapa do Circuito Brasileiro de Skate Vertical Amador e Iniciante no Parque da Juventude Città Di Maróstica (Av. Armando Ítalo Setti, 65), às 9h, em São Bernardo.


A competição vai reunir atletas, como o atual campeão Raul Roger, que representou o País em Tampa, nos Estados Unidos. Também manda bem e quer participar? As inscrições vão rolar no dia do evento. É preciso ter a partir de 10 anos e mostrar RG (caso tenha menos de 18 é necessário estar com o responsável). As vagas são limitadas - cerca de 20 por categoria. Ao todo serão três etapas no half pipe, rampa que é parecida com as do X-Games (importante campeonato de esportes radicais).



PREPARAÇÃO

Com o objetivo de reforçar o profissionalismo dos skatistas, a Universidade Metodista oferece há quatro mesestreinamento específico para grupo de oito atletas entre 17 e 39 anos. A iniciativa de montar equipe, que reúne preparador físico, psicólogo, fisioterapeuta e nutricionista, é inédita. "É treino voltado para a modalidade. Fortalece a musculatura e o equilíbrio, e ainda ajudar a prevenir lesões", afirma o preparador físico Denis Foschini. O grupo - que inclui o skatista Italo Penarrubia, de Santo André - trabalha a ansiedade e o nervosismo, comuns nas competições.

Tiago Silva


Os encontros acontecem três vezes por semana, o que já fez diferença. "O condicionamento melhorou. Se não tivesse esse preparo não estaria tão bom. Me sinto com 20 anos", conta Digo Menezes, 35 anos, pentacampeão de skate vertical. Lécio Batista, 39, é outro exemplo de superação. Operou os dois joelhos em dezembro de 2011 e após dois meses no projeto já voltou a competir. "É um suporte para o atleta e injeção de ânimo."

Um dos aparelhos em que treinam, por exemplo, é uma plataforma de equilíbrio que simula um skate. "É ideal para treinar os movimentos do próprio esporte", afirma Foschini. Quem também faz parte da equipe é o fisioterapeuta Alexandre Cavallieri Gomes, que ressalta dois pontos importantes da sua atuação. "Fazer trabalho de prevenção de lesões como, por exemplo, utilizar a cama elástica em que prendemos o skate no pé dos atletas para reforçar a coordenação motora, além dos tratamentos de lesões que variam de cada caso", explica.

Tiago Silva

Paixão pelo skate vem desde criança -
O gosto por andar de skate começou ainda criança como uma brincadeira e tomou proporções que não imaginariam. Foi assim com o Lécio Batista, de Santo André, que se apaixonou aos 14 anos pelo skate. Ele morava em prédio e sempre via um vizinho andar. "Pedia emprestado ou ia até o apartamento dele", lembra o atleta, que aos 15 pediu para a mãe chorando para comprar um.

Depois foi praticar em pistas, conheceu várias pessoas e participou de diversas competições. Profissionalizou-se há 15 anos, mas nunca venceu no Brasil. "Na Europa ganhei três vezes (sendo duas de melhores manobras)." Ele conta que no início não foi fácil vencer o preconceito. "Quando larguei o trabalho de mecânico todo mundo ficou surpreso por abandonar algo pelo skate. Quando comecei a viajar vieram as pessoas interesseiras."

Com Digo Menezes não foi diferente.  Aos 10 anos começou a andar nas ladeiras da Vila Madalena, em São Paulo. Com 12 já era campeão brasileiro na categoria downhill, o que se repetiu nos dois anos seguintes. Desde o início, os pais o apoiaram e ele ralou muito até que as oportunidades surgiram. Além de participar de campeonatos pelo mundo, Menezes viveu 15 anos nos Estados Unidos e disse que não havia a mesma estrutura igual a da universidade.  Mas o skatista viu o sonho interrompido em 2009, quando caiu da Mega Rampa, em São Paulo, e quebrou o pé. Foram dois anos e meio parado. "Foi muito difícil porque até então nunca tinha ficado mais do que um mês sem praticar. Mas a vontade de voltar foi muito grande."

DICAS

Experientes, os profissionais deram algumas dicas para quem curte andar de skate e quer participar de competições:

- Tem que gostar de andar

- Andar por diversão

- Tem que treinar em vários locais

- Usar equipamento é fundamental (capacete, joelheira e cotoveleira).

- Ter determinação e coragem



Menina também pode mandar bem no esporte
- Já era essa de que existe esporte apenas para o sexo masculino ou feminino. Tem muita garota que mande bem em esportes radicais. Um exemplo é a skatista Karen Jonz, 27 anos, de Santo André. Vencedora do X-Games de 2008 e eleita a skatista do ano em 2006 e 2007, ela não liga para o preconceito.

O gosto pela modalidade esportiva surgiu há 12 anos. "Sempre gostei de esportes mais voltados para meninos e andava próximo a minha casa."  No início o pai relutou para comprar um skate. O jeito foi juntar uma grana. "Comecei a competir mais para zuar e fui conhecendo o pessoal." Após ver o desempenho da filha que mesmo praticando não largou os estudos a família passou a incentivá-la. "Sempre fui muito bem na escola." Por ser um esporte em que se machucar é muito comum Karen dá algumas dicas para quem está começando. "Não pode ter medo de cair. Eu já abri quatro vezes o queixo e não desisti. Tem que gostar mesmo."




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