Política Titulo Editorial
Terra sem lei
Do Diário do Grande ABC
11/12/2017 | 15:23
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A invasão de camelôs nas ruas e avenidas de Santo André, Mauá e Diadema às vésperas das festas de fim de ano, como revelado nesta edição do Diário, é retrato fiel da crise econômica que assola o País há pelo menos três anos – atualmente, 12,7 milhões de pessoas estão sem emprego. Diante do quadro alarmante, muitos trabalhadores viram na informalidade a única saída para ganhar o pão de cada dia.

É evidente que a questão do desemprego não é a única justificativa para a ocupação desenfreada dos passeios públicos nas áreas centrais das três cidades, o que atrapalha a circulação dos pedestres e gera concorrência desleal com os comerciantes, que pagam mensalmente seus impostos – e não são poucos – e veem as entradas de seus estabelecimentos tomadas por barracas e/ou lonas cheias de produtos, muitas vezes de origem desconhecida e sem nota fiscal.

As prefeituras dos três municípios – não foi constatada a atuação de camelôs em São Bernardo e São Caetano – prometem intensificar a fiscalização nas áreas descritas na reportagem. Nada mais correto. Mas há de se encontrar maneira para que os ambulantes deixem a informalidade e possam buscar a sobrevivência deles e dos familiares.

A criação dialogada de galerias é apontada por comerciantes e camelôs como a melhor solução para tentar amenizar o problema. Mas é preciso que seja oferecida boa estrutura – além de localização favorável – para que os ambulantes possam desempenhar suas funções em condições adequadas.

E, à medida que os trabalhadores tiverem seus espaços em galerias ou outros locais do tipo e deixarem a informalidade, é obrigação das administrações municipais evitar que outros camelôs passem a ocupar as áreas recém-liberadas nas ruas. Caso contrário, todo o trabalho realizado para solucionar – ou mesmo minimizar – a situação terá sido em vão. O que seria lamentável e evidenciaria a falta de comprometimento com a questão. 




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