Para o médico Flávio Rocha Marques, coordenador dos cursos de ressuscitação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, ainda é cedo para dizer que o esforço físico foi o principal responsável pela morte do jogador, mas teve interferência. “Um atleta profissional está acostumado a situações como aquela, mas o esforço físico contribuiu para que ele tenha atingido aquele quadro”, disse.
Segundo Marques, o choque cardiogênico impossibilita o coração de manter a circulação sangüínea. “Nem sempre a circulação pára, mas diminui acentuadamente, o que faz com que o cérebro não receba oxigênio”, afirmou. As causas podem ser uma doença cardíaca ou uma arritmia (mudança na freqüência dos batimentos).
Nabil Ghorayeb, presidente da comissão de esportes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, estranhou a divulgação da causa mortis. “Falar apenas que foi choque cardiogênico é muito superficial. O laudo precisa ser melhor analisado. Normalmente choque cardiogênico acontece quando a pessoa sofre um infarto, mas ele teve uma parada cardíaca”, afirmou.
Sem explicação – O São Caetano mantém o silêncio a respeito da morte do zagueiro Serginho. No sábado, a assessoria de imprensa do clube limitou-se a informar que “os jogadores voltam aos treinos na segunda-feira” e que caso houvesse algum pronunciamento oficial, um comunicado seria enviado. A expectativa era que após o retorno da diretoria de Coronel Fabriciano (MG), onde ocorreu o velório e sepultamento do corpo do jogador, os dirigentes dessem explicações sobre o caso, principalmente depois que o presidente Nairo Ferreira Souza admitiu que tinha conhecimento da doença de Serginho.
O São Paulo, dono do estádio do Morumbi, e o Hospital São Luiz, responsável pelo atendimento médico, se apressaram em explicar já na quinta-feira as ações realizadas no dia da morte, enquanto o São Caetano permaneceu sem comentar o caso.
A polícia abriu inquérito para investigar se houve negligência por parte do clube e o CRM (Conselho Regional de Medicina) avalia se houve erro no atendimento ao atleta.
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