A Câmara de Diadema apreciou ontem pedido para abertura de CPI, proposta pela bancada do PT, que questiona utilização de recursos da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) na compra da extinta Saned (Companhia de Saneamento Básico em Diadema), negociação ocorrida em 2013. O pedido de investigação foi protocolado pelo vereador Josa Queiroz (PT), respaldado por oito assinaturas, número correspondente a um terço dos parlamentares, conforme prevê Constituição. Além dos seis parlamentares do PT, rubricaram o pedido Vaguinho do Conselho (PRB) e Cida Ferreira (PMDB).

De acordo com o oposicionista, a motivação parte pela falta de transparência da gestão Lauro sobre os investimentos provenientes do negócio entre as autarquias. Pelo acordo, a Sabesp sanou dívida de R$ 1,1 bilhão de Diadema com o Estado, resultante da quebra unilateral do contrato de fornecimento de água e esgoto. Ficou previsto também aporte de R$ 254 milhões na cidade em 30 anos.

“O prefeito fez um pacote de asfalto e nosso questionamento é em relação à qualidade dos serviços que são objetos do contrato em vigência. Há também dúvidas sobre descaracterização, porque achamos que tem uma inversão do acordado”, pontuou Josa.

O petista citou que o Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), paralelamente, buscou apuração junto ao Ministério Público. “Buscamos o caminho da CPI justamente porque esse governo não responde ou esclarece as coisas. Não vamos deixar de questionar”, acrescentou Josa.

Líder do governo Lauro, José Augusto da Silva Ramos (PSDB) atacou rivais. “Isso (pedido de CPI) é, no meu ponto de vista, uma questão política, é para aparecer. O prefeito está investindo corretamente, melhorando a nossa cidade.”

A fala do tucano foi endossada por Lauro. “Não tem prova concreta de nada. Estamos dentro da legalidade. São dois pré-candidatos a prefeitos, que precisam fazer algo para aparecer, querendo rotular o governo de corrupto, coisa que não é. Só tenho a lamentar, porque são pessoas que não querem o bem da cidade”, frisou Lauro, referindo-se às candidaturas rivais ao Paço do PRB, com Vaguinho, e do PT, que será encabeçado por Manoel Eduardo Marinho, o Maninho.

O pedido agora precisa receber parecer jurídico da Câmara de Diadema.