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C3 Pluriel: monte o seu!
Carolina Velloso
04/12/2004 | 10:13
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Na rodovia Ayrton Senna, com velocímetro marcando 120 km/h, a velocidade máxima permitida naquela auto-estrada, seguia tranqüila pela faixa rápida quando um Polo prateado se aproximou. O motorista, um jovem boa-pinta que aparentava ter uns 25 anos, viajava sozinho e ficou seguindo meu carro durante alguns minutos. Apesar de não ter buzinado ou piscado o farol, a situação me fez concluir que ele pretendia completar a ultrapassagem. Dei seta para a direita pulando para faixa central. Ele acelerou um pouquinho, o suficiente para permanecer emparelhado e ficou outros tantos minutos lançando olhares em minha direção.

A cena descrita acima é real e faria qualquer um imaginar que se trata de uma paquera no trânsito, algo tão comum em qualquer canto do Brasil. Poderia até ser "azaração" mesmo, se o carro que eu estava dirigindo não fosse o Citroën C3 Pluriel, na versão spider. Na verdade, o jovem bonitão não parava de olhar era para o carro. Qualquer mulher iria se sentir incomodada com essa situação, mas no caso desse modelo a atitude do jovem está completamente justificada. E aceita. Não há quem não pare para admirar quando este hatch está passando. Situações como essa cima se repetiram algumas vezes durante a avaliação que o Jornal Veículos fez com o modelo.

E não era pra menos. Convenhamos que o C3 normal já é um carro que atrai muita atenção. Sua aparência de pequeno sofisticado invoca glamour. Nessa versão camaleão, nitidamente auxiliada pelo verde "cheguei", seus contornos e visual ganham ainda mais projeção. O conjunto ótico,por exemplo, tem, além de desenho diferente, a cor branca dos faróis se destacam mais do que o normal. Esse é um produto de proposta realmente diferente. É um carro com design de atitude e personalidade forte.

Brincando como criança - O sobrenome Pluriel (lê-se plurriél ) dado a este C3 indica a variedade de versões que vêm acopladas ao veículo. E mudar de uma para a outra nos faz lembrar de quando éramos crianças e adorávamos montar castelos de Lego. Vou explicar: o carro vai de um cupê a uma picape em mágicos minutos. A transformação começa quando giramos um botão localizado próximo ao espelho retrovisor e a capota começa a descer. São oito níveis de teto-solar. Depois de dobrar a capota rebaixada e guardá-la no porta-malas, chegamos à versão cabriolet.

Quando a maioria dos usuários já se daria por satisfeita com essa mutação, e que começa a maior novidades do Pluriel. Puxando duas alavancas é possível retirar os arcos que ficam acima dos vidros. Não há onde guardá-los no carro, ou seja, essa mudança tem que acontecer quando ainda se está em casa. Sem querer azedar, mas isso é um problema para países como o Brasil onde as estações do ano nunca são bem definidas. O processo é completamente mecânico e, por isso, um pouco complicado. Cada arco pesa cerca de 12 kg, portanto, nada impossível de carregar, nem mesmo para as mulheres. E assim temos o C3 Pluriel spider, a versão mais "cheguei" do modelo. Há ainda outra opção. Podemos abrir o porta-malas, retirar a tampa e dobrar os dois bancos traseiros. Pronto. Temos agora uma picape que comporta até 100 kg de bagagens. A superfície de carregamento é plana. Essa transformação de hatch em picape é inédita no mercado.

Técnica – O C3 Pluriel é equipado com motor 1.6l 16V e câmbio automático de cinco marchas. Mas não é o automático convencional. Neste, a marcha é acionada por um comando elétrico situado no console central localizado logo atrás da alavanca. Mas também é possível trocar as marchas manualmente de modo seqüencial desativando esse comando.

A graça está exatamente nesse detalhe, já que as duas pequenas alavancas ficam atrás do volante. Com a da direita passamos as marchas crescente e a da esquerda, para a decrescente, ou reduzidas. Com isso, não é preciso tirar as duas mãos do volante para trocar de marchas. Se for do gosto do freguês, também é possível alterar as marchas seqüencialmente pela manopla de câmbio tradicional.

Pior essas e outras o carro oferece elevado nível de prazer ao dirigir. Além disso, o carro tem comportamento estável na estrada, o que transmite segurança para quem dirige. A estabilidade é garantida pela grande distância entre-eixos (2.460 mm), a mesma das outras versões do C3. O campo da segurança passiva é reforçada com air bags frontais e laterais nos assentos dianteiros.

O conforto é um ponto forte. Além do rodar macio, o carro oferece dois tipos de climatização: manual e automática. Outros contribuintes neste aspecto são o volante com regulável em altura e profundidade e o assento do motorista com regulagem de altura. Se vai tudo bem para quem viaja na frente, os passageiros traseiros ficam sacrificados, pois não há conforto nenhum. Se os bancos dianteiros forem colocados com a maior distância possível do painel, eles praticamente encostam-se ao branco traseiro, ou seja, não há espaço algum para as pernas dos acompanhantes que viajam ali.

Viabilidade – O novo modelo da Citroën foi apresentado no recente Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, onde fez grande sucesso junto ao público graças à sua condição de mutante. Segundo dirigentes da montadora, a receptividade por parte do público superou todas as expectativas. E é por isso que decidiram trazer o C3 Pluriel ao Brasil. O primeiro lote contou com apenas seis unidades (uma delas foi essa que avaliamos) e o segundo já foi encomendado pela marca e deve chegar no início do ano que vem. Esses carros deverão circular pelo Brasil ainda em fase de testes. A Citroën vai verificar as adaptações necessárias para iniciar a comercialização do modelo no País. Fabricado na unidade de Villaverde, em Madrid, na Espanha, o C3 Pluriel custa cerca de 18 mil Euros na Europa. O modelo é comercializado lá desde 2002 e são vendidas aproximadamente 50 mil unidades por ano. No Brasil, o automóvel custará nada menos que R$ 80 mil. A Citroën trabalha para iniciar as vendas do modelo no segundo semestre de 2005. A expectativa é comercializar de 100 a 150 unidades por ano. E com ele vai ser bem mais fácil paquerar, ou ser paquerada no trânsito.




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