A cerimônia de transmissão de cargo para a nova ministra do Turismo, Marta Suplicy, reservou-lhe sexta-feira mais do que a posse na cadeira. Ela recebeu do ex-ministro e novo chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Walfrido dos Mares Guia, a garantia de apoio, à frente da articulação política e institucional do governo, “para honrar o compromisso com os deputados de liberar os recursos das emendas” ao orçamento da pasta em 2007.

Traduzido em cifras, a promessa mencionada por Guia equivale a R$ 1,5 bilhão para novos investimentos, que representam 84% do orçamento do Turismo este ano.

A aliança entre ela e o novo chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, que se muda para um gabinete no Palácio do Planalto, agradou à platéia repleta de parlamentares (entre eles o deputado Donisete Braga, de Mauá, primeiro-secretário da Assembléia de São Paulo), secretários de Turismo dos Estados, empresários e dirigentes de entidades ligadas ao setor.

“O turismo sai fortalecido com essa troca de ministros”, resumiu o secretário de Turismo de Goiás, Barbosa Neto, ao destacar que o maior trabalho de Guia foi com o Congresso, multiplicando por seis o ‘minguado’ orçamento inicial de R$ 300 milhões para o setor este ano. “Além da geração de emprego e renda, a Marta inclui um novo ingrediente no turismo, que é a questão social”, completou.

Pouco antes, a nova ministra do Turismo falara da responsabilidade de aprimorar o trabalho iniciado pelo chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência e da “sadia obrigação” de inovar e de promover a igualdade social.

No discurso, Marta revelou-se disposta a “inserir o turismo e o lazer na cesta de consumo dos brasileiros”, e de investir na qualificação profissional para melhorar a renda dos trabalhadores do setor que gerou 900 mil novos empregos nos últimos quatro anos.

“Combaterei com todas as minhas forças o turismo sexual e todas as formas de exploração do ser humano. Este tipo de turismo não queremos aqui. De preferência, os queremos (os turistas sexuais) presos, atrás das grades”, afirmou, sob aplausos animados do vereador Agnaldo Timóteo (PP), de São Paulo sentado à primeira fileira do auditório do ministério ao lado do marido de Marta, Luiz Favre; dos três filhos dela – André, João e Supla – e da nora Maria Paula, humorista do programa “Casseta & Planeta Urgente”, da Rede Globo de Televisão.

A ausência mais notada foi a do ex-marido e senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que alegou cumprir uma agenda de trabalho em São Paulo, onde dá aulas na Fundação Getúlio Vargas (FGV)

A nova ministra deixou claro no pronunciamento que tratará o turismo como indústria e dará continuação “a um projeto do qual continuarei sendo fiel defensora”. Marta elogiou Guia, “que fez muito, fez bem e só tem colhido notícias boas, apesar da crise aérea e da desvalorização do real”, e arrematou: "Não haverá mudança de rumos.”