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Empresa requer mais 40 dias para concluir obra no Bruno Daniel

Problema agora é a falta de ‘borrachinha’; Prefeitura, entretanto, mantém cronograma com a FPF e assegura a entrega do estádio para novembro

Francisco Lacerda
Do Diário do Grande ABC
11/10/2021 | 00:01
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Celso Luiz/ DGABC


Construído no fim da década de 1960 e inaugurado em novembro de 1969, o Estádio Bruno Daniel, casa do Santo André, vive impasse. Isso porque a praça esportiva – que, após diversas promessas de datas, a última para início de novembro – agora sofre com mais um pedido de ampliação do prazo pela empresa responsável pelo fornecimento do “enchimento misto para o piso esportivo (borrachinha)”, conforme nota da Prefeitura. A Fer-Max Ferramentas Ltda EPP solicitou mais 40 dias. O Paço, entretanto, mantém o prazo de entrega para início de novembro. O valor da obra gira em torno de R$ 3,7 milhões.

Em encontro virtual dia 5, solicitado pelo prefeito Paulo Serra (PSDB) após repercussão negativa das reclamações de torcedores nas redes sociais, parte da torcida do Ramalhão cobrou do chefe do Executivo posicionamento sobre as obras, já que teria faltado expor os “reais motivos” dos atrasos, com várias promessas e datas não cumpridas. No bate-papo também estavam os secretários de Obras, Vitor Mazzeti, e o de Esportes, Marcelo Chehade, além de outros representantes de torcida do Ramalhão. 

O prefeito andreense admite que precisa melhorar o canal de comunicação com a torcida, mas informou que haverá alteração novamente de datas somente se a FPF (Federação Paulista de Futebol) impuser novas exigências. “Não vamos correr risco para o ano que vem com o público para o Paulistão. A borracha pode ser na antevéspera do jogo, não atrasa o credenciamento do Brunão. O estádio nunca correu risco de não receber torcedores assim que o público fosse autorizado porque estamos com esse cronograma muito sintonizado com a Federação. Vamos ter grande estrutura. (Vamos entregar) Primeira semana, primeira quinzena de novembro. Possibilidade de atrasar prazo com a Federação é quase zero.”

Já Vitor Mazzeti, secretário de Obras, culpa a Fer-Max, que classifica como “ilustre desconhecida”, e diz que faltou responsabilidade à empresa, que avisou dia 1º a necessidade de nova data porque não tem o material determinado no edital. “Não é simples borrachinha preta, é produto especial, composto por borracha, encapsulado por poliuretano e tem fibra de coco, ou casca de pinus, que é orgânico e absorve melhor a água, resfria mais. O cara começou a arrumar subterfúgio. Tem de entregar o que está especificado.” Caso não haja cumprimento do solicitado, Vitor detalha que o plano A é “forçar a empresa a entregar”, mas que tem plano B, que seria convocar a segunda colocada no certame, a SG Pisos. O valor da diferença, segundo ele, seria “irrisória”. “Se não conseguirmos resolver isso, a gente tem de começar de novo, do zero.”

Marcelo Chehade, secretário de Esportes, revela que a situação causou surpresa e não aliviou com Fer-Max. “A gente não esperava isso (despreparo da empresa). Vem empresa que não tem capacidade, que não tem condições de cumprir. Mas não vai alterar o prazo.” 

Um dos representantes de torcida presente à reunião, José Eduardo de Moraes Acêncio, 34 anos, o Gamarra, diz que a preocupação com o estádio visando próximo Campeonato Paulista existe desde a desmontagem do hospital de campanha, e que a situação ainda não está totalmente esclarecida. “Deixou dúvidas e receio sobre finalização por causa de possível troca de empresa.”

Em nota, a Prefeitura informa que a Fer-Max “foi notificada pelo atraso na entrega do material”, mas que não houve chamamento da segunda colocada na licitação. “Seguindo os procedimentos estabelecidos na Lei 8.666, a empresa está dentro do prazo de resposta desta notificação. Somente se não atender dentro do prazo é que poderá ser penalizada e então a empresa segunda colocada na licitação poderá ser chamada. O valor de investimento é o mesmo e o prazo de entrega é o mesmo, início de novembro de 2021”.

As explicações da administração municipal, entretanto, não acabaram por completo com as dúvidas de Gamarra. “Parte sim, parte não. Mas vamos continuar a cobrança, as vistorias, acompanhar diariamente a obra física, porque a gente não pode ficar sem o estádio.”




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