Política Titulo Editorial
Redes antissociais
Do Diário do Grande ABC
02/03/2019 | 10:12
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As redes sociais são relativamente novas. A primeira delas foi criada em 1995, nos Estados Unidos, para integrar estudantes universitários. Popularizaram-se em razão do crescimento da internet e, principalmente, com o surgimento dos smartphones. Chegaram ao ponto de definir rumo das eleições norte-americanas e, no último ano, foram decisivas também no processo eleitoral brasileiro.

O aparecimento das redes mudou conceitos e valores. Criou termos, fez milionários, gerou novas formas de consumo e divulgação. Facilitou a comunicação e também a resolução de problemas. Reduziu as distâncias, aproximou e, na mesma proporção, afastou os indivíduos.

Como tudo o que é novo, ainda está em fase de maturação e precisará de tempo para que seu uso seja aprimorado. E isso é cada vez mais claro. Diversos tipos de pessoas, por serem usuárias praticamente em tempo integral, foram guindadas à categoria de digital influencers. Gente que sobrevive do número de seguidores que possui, independentemente da qualidade do que disponibiliza em seus perfis.

As redes também são cada vez mais antissociais, visto a quantidade de conteúdo de origem duvidosa, notícias falsas (fake news) e comentários maldosos que são postados em tempo integral e compartilhados indiscriminadamente.

Ontem, a morte de uma criança de 7 anos, vítima de uma doença contagiosa, serviu de gatilho para postagens odiosas e ofensivas. Não houvesse as redes sociais, teriam essas pessoas espaço para espalhar tanto rancor? 

Evidentemente que não. O filósofo Mário Sérgio Cortella diz que os intolerantes sempre existiram, mas não tinham um território onde pudessem se exibir de forma tão exuberante. Para ele, as redes são comparadas a um grande caixote, em que se sobe para pregar as ideias, sejam elas quais forem. Até mesmo festejar a morte de uma criança. 

Ainda há muito o que se aprender sobre as redes sociais, inclusive a solidariedade, a necessidade da informação de qualidade e os perigos da transmissão de fatos inexistentes. 

Mas isso leva tempo.




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