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População em Diadema prepara protesto contra vereadores após recesso

Pelo Facebook, moradores de diferentes bairros organizam ato em razão do aumento nos salários dos parlamentares; órgão jurídico fala em ação popular

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
21/07/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Moradores de diferentes bairros de Diadema iniciaram ontem organização de manifesto contra os vereadores, que na quinta-feira aprovaram por unanimidade reajuste em 49% em seus vencimentos, a contar na próxima legislatura, que se inicia em janeiro de 2017. O acréscimo fez o salário saltar de R$ 10.192,10 para R$ 15.193,27.

Pelo Facebook, os munícipes combinaram ato de repúdio na primeira sessão da Câmara, após o recesso, que ocorrerá no dia 6 de agosto. Além disso, publicaram inúmeros dizeres de insatisfação em páginas direcionadas a interesses do município.

Diante dos protestos, a equipe do DGABCTV percorreu na semana passada as ruas do Centro de Diadema e constatou muita indignação com os depoimentos colhidos com a população. De maneira unânime, os entrevistados condenaram o acréscimo nos vencimentos dos parlamentares, destacando momento de dificuldade econômica no País.

Presidente da comissão de controle social dos gastos públicos pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Diadema, Edivaldo Lubeck afirmou que a entidade publicará nota de repúdio após ser muito procurada por moradores. “Depois que tomaram conhecimento (do reajuste salarial) houve uma onda de manifesto aqui na entidade. É necessário emitir nossa opinião, que vai totalmente contra a essa atitude, principalmente pela situação que passa o Brasil. Os vereadores simplesmente passaram por cima do atual cenário econômico. É uma lástima”, justificou.

Lubeck cobrou responsabilidade da Câmara, tecendo duras críticas. “O momento mostra alta tributação, empresas fechando e desemprego. Muito me admirou os oposicionistas, que sempre criticam a situação, se unirem para conseguir benefício próprio. Em que lugar nós vemos funcionários receberem aumento de 49% em seus salários?”, indagou.

A AAD (Associação dos Advogados de Diadema), entidade civil sem fins lucrativos, também expressou repúdio. Presidente da entidade, Cláudio de Miranda prometeu ajuizar ação popular, solicitando anulação da sessão que decretou o acréscimo aos parlamentares. O advogado citou que a ação está respaldada no âmbito da legalidade, porém, fere o da moralidade. “Cabe a nós buscar medidas como esta, uma vez que processo visa proteger patrimônio público”, esclareceu, mencionando Lei Federal 4.717, de 29 de junho de 1975, versando que “qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista”.

Miranda confirmou presença no manifesto na Câmara, após o recesso. “Estarei lá, sim. Porém, o que vamos fazer é um ato contrário sem bagunça ou algazarra. Algo, como virar as costas aos vereadores, para que haja uma sensibilização, em relação à atitude que tomaram”, adicionou.

Procurado, o presidente do Legislativo, José Dourado (PSDB), não retornou aos contatos solicitados pelo Diário. 




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