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Chorando clássicos na vila histórica
Natane Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
22/07/2007 | 07:02
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O Confraria do Choro, de São Bernardo, é um dos poucos grupos da região que mantém vivo o espírito dos antigos chorões. Com show programado para este domingo, às 16h, no 7º FIP (Festival de Inverno de Paranapiacaba), a atual formação comemora quatro anos de existência.

Nascido por volta de 1880 e considerado o primeiro gênero urbano tipicamente brasileiro, o choro sobrevive à modernidade nos cavaquinhos, flautas e pandeiros de músicos apaixonados.

“Ai, o meu amor, a sua dor, a nossa vida já não cabem na batida do meu pobre cavaquinho. Quem me dera, pelo menos, um momento, juntar todo sofrimento pra botar nesse chorinho”. Chico Buarque, em 1967, cantava chorinho.

A Confraria do Choro é formada pelo maestro Marcos Murillo (violão 7 cordas), Renan (bandolim, cavaquinho e piano), Lígia (percussão), Rosa Barros (clarinete) e Denis (flauta). No repertório da apresentação deste domingo estão clássicos de Baden Powell, Pixinguinha e Jacob do Bandolim, além de composições próprias. A cantora Rose Calixto e o percussionista Pepê fazem participação especial.

No início - “O nome vem de uma reunião de pessoas afins. Todos somos iguais, não existe relação de hierarquia”, explica o maestro e um dos idealizadores da Confraria do Choro.

Tudo começou em 1993, quando Murillo foi ministrar aulas de Prática de Conjunto na Universidade Livre de Música Tom Jobim. Começou a escrever arranjos de músicas brasileiras e convidou alunos para formar uma união dedicada ao chorinho. Em 2003, surgiu a idéia de profissionalizar a confraria. “Um dos nossos objetivos é tirar o choro do gueto. Popularizá-lo”, diz o músico e professor.

Escola fechada - Brigando por um espaço para a música instrumental desde os 15 anos, Murillo, que agora está com 46, montou um projeto de aulas gratuitas de música em São Bernardo com outros companheiros. A escola, que formava grupos de choro, chegou a funcionar na sede atual de ensaio da Confraria, mas precisou fechar devido a falta de apoio. Já aprovado pela Lei Rouanet, que oferece incentivos fiscais a empresas e pessoas físicas que patrocinam iniciativas culturais, o projeto aguarda uma nova chance.



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