O gabinete do vereador de São Caetano Paulo Pinheiro (PMDB) se transformou em uma agência de empregos desde que ele foi eleito prefeito da cidade, no dia 7. Antes mesmo de ele assumir o Palácio da Cerâmica no dia 1º de janeiro, o peemedebista enfrenta pedidos de populares por cargos na Prefeitura e até de transferências de setores por funcionários.

A movimentação na porta do gabinete de Pinheiro na Câmara começou dia 9, quando ele participou da sessão pela primeira vez após ter sido eleito. Desde então, as filas são constantes. Muitos dos munícipes comparecem munidos de currículos e acompanhados de parentes. A assessoria do peemedebista tem se desdobrado para organizar horários de atendimentos e evitar espera.

Quando questionadas sobre o motivo da presença, muitas das pessoas desconversam e dizem que querem dar os parabéns. Mas com alguma insistência revelam que querem manter o bom relacionamento com o próximo prefeito. "Ele sempre se esforçou para atender os meus pedidos, acredito que ele vai ser mais acessível do que o (Luiz) Tortorello (prefeito morto em 2004)", disse uma senhora, sem se identificar.

O prefeito eleito adota a mesma postura simpática que o levou ao Paço. Porém, deixa claro aos munícipes que não pode satisfazer os pedidos, já que ainda não assumiu o comando da cidade. "São pedidos que não conseguiram com esse prefeito (José Auricchio Júnior, PTB) para ver se posso ajudar ou interferir em alguma coisa. Não é só emprego. Mas peço para que me procurem quando eu estiver lá (na Prefeitura), porque, por enquanto, não posso fazer nada", explicou o peemedebista.

Mesmo assim, Pinheiro faz questão de receber todos os que o procuram. "Não faço com eles o que não gostaria que fizessem comigo. Não custa nada ouvir sugestões." Durante a campanha eleitoral, o discurso foi de abrir o Paço ao povo. "Esse é o meu perfil."

Entretanto, ele assume que terá de se desdobrar para satisfazer a todos quando sentar na cadeira da autoridade maior de São Caetano. "Vou ter uma agenda cheia, mas vou fazer o máximo para atender. Muitas vezes não vou poder, porque senão, eu não governo."

Pinheiro também adiantou que a transição de governos começa somente na próxima semana. O prazo de dez dias pedidos por Auricchio vence hoje, mas, por ser sexta-feira, a coleta de dados deve começar oficialmente entre segunda e terça-feira. Ontem à noite, o peemedebista começou o diálogo com os vereadores eleitos em uma pizzada no bairro Oswaldo Cruz.