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Brasileiro vai mais ao restaurante e come menos arroz e feijão
Verônica Lima
Do Diário do Grande ABC
22/06/2007 | 07:17
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O aumento da renda dos brasileiros e a maior inserção da mulher no mercado de trabalho impulsionaram o consumo das famílias nos últimos anos em comparação à década de 1980. É o que constata o livro Gasto e Consumo das Famílias Brasileiras Contemporâneas, elaborado por pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e da FEA (Faculdade Econômica, Administrativa e Contabilidade) da USP (Universidade de São Paulo).

No entanto, o destaque do levantamento é que o gasto médio com alimentação diminuiu com o passar do tempo. O arroz e feijão perderam espaço na mesa para os alimentos industrializados e, devido às facilidades de crédito, produtos de bens de consumo duráveis hoje fazem mais volume nas sacolas de compras.

“O consumo de iogurte e refrigerante, por exemplo, cresceu 702% e 490% , respectivamente, entre 1974 e 2003. Já o segmento de arroz com feijão caiu cerca de 40%”, comenta o professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Rodolfo Hoffman, um dos responsáveis pela obra.

Além disso, com mais dinheiro no bolso, as famílias cultivaram o hábito de comer fora. Os gastos com restaurantes e lanchonetes , na média da população brasileira, passaram de 26,6%, em 1988, para 30%, em 2003.

Para chegarem aos resultados divulgados neste livro, os levantamentos foram calculados com base nas estáticas das POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) de 1987/1988, 1995/1996, 2002 e 2003 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O estudo mostra que 22,16% da despesa corrente familiar era direcionado para a alimentação nos anos de 1980. No entanto, os números revelam que esse gasto diminuiu para 20,45% na POF da década de 1990 e para 18,70% na POF de 2000.

Segundo a economista da Universidade Federal de Pernambuco e uma das organizadoras da obra, Tatiane Menezes, o aumento dos salários fez com que a população de baixa renda conseguisse em um espaço de 15 anos pagar pelos serviços que antes somente as classes média e alta tinham acesso.

“Houve uma democratização do consumo no período e o acesso a bens e serviços foi menos desigual”, afirma Tatiana.




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