O líder esquerdista da coalizao de governo Ricardo Lagos criticou neste sábado o chefe do Exército, general Ricardo Izurieta, que disse que os militares desconhecem o paradeiro dos 1.102 presos desaparecidos durante o regime militar. ``Todo o Chile sabe que é impossível que de repente todos tenham amnésia. Nao é possível que 1.000 pessoas sejam detidas e desapareçam. Quando dizem que alguns estao desaparecidos no mar é porque alguém tornou isso possível', disse Lagos em declaraçoes á imprensa esta manha. Lagos é pré-candidato presidencial pela coalizao governista.

Izurieta, que sexta-feira viajou a Londres para apoiar o detido ex-ditador Augusto Pinochet, afirmou que sua instituiçao já entregou todos os documentos de que dispunha e que nao tem informaçoes sobre o destino dos mais de mil presos desaparecidos. ``Já pusemos todas as nossas cartas e tudo o que sabemos sobre a mesa', disse Izurieta.

Lembrando o recém-falecido cardeal Raúl Silva Henriquez, um constante lutador pelo respeito aos direitos humanos, Lagos acrescentou que, em homenagem ao sacerdote, ``deve haver um gesto sério e real, a revelaçao de onde estao' os desaparecidos.