Política Titulo Lava Jato
Oitivas de Tarcisio e Barba ajudam muito, diz integrante de CPI

Moses acredita que petistas podem revelar outras empresas que pagaram propina por contrato na Petrobras por meio da Editora Gráfica Atitude

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
27/04/2015 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O deputado federal Moses Rodrigues (PPS-CE) acredita que depoimento à CPI da Petrobras dos deputados estaduais Teonílio Barba (PT) e Luiz Cláudio Marcolino e do secretário de São Bernardo de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli (PT), irá contribuir para identificar outras empresas que utilizaram a Editora Gráfica Atitude para lavar dinheiro de propinas por contratos na maior estatal do País. O pedido de convocação dos petistas, de autoria do popular-socialista e da companheira de bancada na Câmara Federal Eliziane Gama (PPS-MA), será avaliado nesta semana.

O três petista integraram ou integram o quadro societário da Editora Gráfica Atitude – ligada aos Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC e dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de São Paulo e a CUT (Central Única dos Trabalhadores). A empresa foi apontada pela PF (Polícia Federal) na Operação Lava Jato como destino de propinas negociadas ao PT pelo ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso na semana retrasada.

“A importância de ouvir ex-sócios e membros da gráfica, do Tarcisio, Barba e Marcolino, é saber se isso era normal e até para perguntar se outras empresas envolvidas na Operação Lava Jato fizeram esse esquema de lavagem de dinheiro. O depoimento do Augusto Ribeiro (de Mendonça), executivo da Setal Óleo e Gás, à PF realmente comprova que os serviços junto à Editora Gráfica Atitude foram para lavagem de dinheiro. Ele disse que não tinha nenhum interesse nos serviços da gráfica, mas que o próprio Renato Duque, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, fez encaminhamento ao João Vaccari para fazer doações legais da sua empresa para o PT. Vaccari pediu para contratar a gráfica Atitude em 2010, 2011 e 2013”, pontuou Moses.

Além disso, o deputado disse que a bancada do PPS não descarta convocar outros nomes que estão ou estiveram no quadro societário da Editora Gráfica Atitude para depor à CPI, como o ex-presidente da CUT Sérgio Nobre e o assessor especial da Presidência da República José Lopes Feijóo (PT). “Depois desses depoimentos vamos avaliar, mas nada impede de convocarmos outras pessoas que possam estar envolvidas com o esquema”, informou o deputado federal.

A Operação Lava Jato mostrou que a Editora Gráfica Atitude era utilizada por Vaccari para que ele recebesse recursos desviados da Petrobras. Grandes empreiteiras contratadas pela estatal eram forçadas a firmar acordos com a companhia. A PF estima que até R$ 2,5 milhões foram depositados na conta da editora e que parte desta verba abastecia campanhas eleitorais do PT.

Principal cotado para encabeçar a chapa petista de sucessão ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), em 2016, Tarcisio foi sócio da Editora Atitude até agosto de 2010, como representante do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Marcolino saiu da empresa no mesmo período, então integrante do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de São Paulo. Já Barba é diretor da empresa. Eles negam qualquer irregularidade. 




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