Política Titulo Polêmica na Anvisa
Alex critica fala de ministro sobre liberação do canabidiol no País

Para deputado, Osmar Terra demonstra falta de conhecimento sobre cultivo medicinal da cannabis

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
03/08/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Deputado federal por São Bernardo, Alex Manente (Cidadania) questionou a forma como o ministro da Cidadania, Osmar Terra, e outros críticos conduzem o debate a respeito da liberação da plantação da cannabis sativa para fabricação do canabidiol, remédio utilizado no tratamento contra epilepsia, doença de Parkinson e autismo. O parlamentar aposta, inclusive, na primeira-dama Michelle Bolsonaro para ver o debate avançar.

Há dois meses, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), cujo diretor-presidente é o ex-prefeito de São Bernardo William Dib, anunciou abertura de consulta pública sobre o caso. Dib é defensor do cultivo da cannabis, planta que, além do canabidiol, é o principal ativo da maconha, proibida no País.

Em visita ao Diário, Alex ponderou que a liberação seria exclusiva para questões medicinais, além de estipular regras rígidas para o plantio. Ele citou que, além do combate ao autismo e à epilepsia, o remédio começou a ser usado no tratamento contra o câncer.

“É absurdo imaginarmos que medicamento que traga tamanho benefício e hoje é importado por pouquíssimas famílias com alto poder aquisitivo não possa ser regulamentado no Brasil”, discorreu. “Quando alguns tentam inverter a pauta e dizer que defendemos o plantio da maconha é uma falta de respeito com as famílias que utilizam o canabidiol para seus tratamentos. Em um País que utiliza o opióide como base de medicamento questionar o canabiodiol é no mínimo falta de conhecimento ou falta de vontade de resolver o problema das famílias com menor poder aquisitivo.”

O plantio da cannabis é proibido por lei no Brasil. Porém, desde 2006 existe lei que abre a possibilidade de cultivo da planta para fins estritamente medicinais. Desde 2015, a Anvisa autoriza pedidos de importação do canabidiol. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, 6.789 pacientes conseguiram acesso ao remédio. Alex afirmou que há casos em que famílias pagam R$ 1.000 por medicamento que dura 15 dias.

O deputado crê que Michelle Bolsonaro possa encampar a proposta. “A Michelle Bolsonaro tem luta no trabalho com os autistas. Ela sabe a importância do uso do óleo do canabidiol”, pontuou. “Tenho certeza que o presidente (Jair Bolsonaro, PSL), até pela sensibilidade da mulher dele, não entrará nesta roubada (em vetar a liberação do plantio da cannabis).”

A Anvisa quer encerrar na primeira quinzena de agosto a consulta pública sobre o caso. Alex estima que no segundo semestre a agência partirá para a regulamentação do cultivo da planta. Ele apontou ainda que, como no Canadá, pode ser criada cadeia de geração de empregos. “Estive no Canadá, que é o país mais avançado no tratamento de doenças à base de canabidiol, e é impressionante o número de emprego que se gera por meio desta nova indústria. Brasil não pode perder essa oportunidade.”

Parlamentar crê que reforma da Previdência será aprovada na 4ª

Após aprovação no primeiro turno em julho, o deputado federal Alex Manente (Cidadania), de São Bernardo, acredita que até quarta-feira a Câmara Federal conclui o processo de votação da reforma da Previdência. A partir desse passo, o texto vai para apreciação dos senadores.

Na primeira apreciação, o texto-base recebeu 379 votos favoráveis – número que surpreendeu até mesmo o alto escalão do governo de Jair Bolsonaro (PSL). O parlamentar acredita que o número vá se manter no segundo turno e creditou a expressiva votação ao entendimento da Câmara sobre a importância do debate.

“É a última oportunidade que temos de fazer reforma que não mexa com direito adquirido. Avançamos na pauta, com olhar social”, disse o deputado. Questionado qual foi a resposta dada pela população ao seu voto, ele ponderou que “a esquerda criticou, mas a sociedade consciente, de centro e direita, entendeu”.

Alex também comentou sobre as recentes declarações de Bolsonaro, como defesa da prisão do jornalista Glenn Greenwald e ataques ao presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz. Para o parlamentar, as declarações “são equivocadas para o cargo que ele exerce”, porém não atrapalham o andamento da pauta econômica do Planalto. “Mas expõe nosso País. Coloca pontos extremos desnecessários para o momento. Politiza de maneira ideológica que pode manchar o Brasil lá fora.” 




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