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Vereadores de Sto.André nao concordam com sistema de multas
Gislayne Jacinto
Da Redaçao
07/10/2000 | 00:20
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Vereadores de Santo André avaliam como "absurdo" o fato de a Prefeitura de Santo André dobrar a arrecadaçao com multas de trânsito. Neste ano, os valores devem girar em torno de R$ 19 milhoes, contra R$ 38,7 milhoes do ano que vem. Há parlamentar, como é o caso de Dinah Zekcer (PTB), que vai sugerir a convocaçao do secretário de Serviços Municipais, Klinger Luiz de Oliveira Sousa, para dar explicaçoes à Câmara. "Alguma coisa tem de ser feita", disse.

A petebista considera incoerente também as velocidades de algumas vias. "A Prefeitura tem de fazer uma conscientizaçao levando educaçao de trânsito às escolas. O que está acontecendo na cidade é um exagero de multas. Soube de gente que teve de vender o carro para pagá-las", afirmou.

Luiz Zacarias (PTB) também considerou os valores um exagero. "Os números passaram do limite. R$ 19 milhoes já era um absurdo, R$ 38 milhoes é algo que nao dá para aceitar. Sao multas aplicadas de forma arbitrária e irresponsável."

O petebista afirma que, antes de multar, era necessário um esclarecimento à populaçao. "Hoje só querem multar o motorista. O que percebemos é que a administraçao tem um rombo e quer cobri-lo com o dinheiro das multas", disse.

Zacarias criticou ainda a terceirizaçao do serviço de multas. "As duas empresas que operacionalizam o sistema arrecadaram, no ano passado, mais de R$ 6,2 milhoes. Porque a Prefeitura nao administra esse sistema. As duas empresas só querem lucro. Nao estao preocupadas com a educaçao no trânsito."

O mesmo pensa o petista Ricardo Alvarez. "Faço questionamentos quanto a essas empresas que só visam a lucratividade. Tanto que ficam escondendo os radares para multar mais. O trabalho tinha de ser educativo e nao punitivo", disse.

Alvarez acha que a administraçao do prefeito Celso Daniel deveria rever essa questao. "Multa nao pode ser receita. Deveriam pensar mais em preservar a vida do que só ficar multando", disse Alvarez, que sugere uma auditoria interna na Secretaria de Serviços Municipais para saber por que a arrecadaçao com multas tem aumentado tanto. "Estou espantado com o que está acontecendo", afirmou.

Joaquim dos Santos (PTB) acredita que falta na cidade uma campanha educativa de trânsito mais intensa. O prefeito deveria ter sensibilidade de rever a sua posiçao. Mas há de se ressaltar que o povo de Santo André ao reelegê-lo deu o aval para ele continuar fazendo esse tipo de coisa", disse.

O líder do PSDB, Virgílio do Prado, acha que deveria existir bom senso tanto da administraçao quanto dos motoristas. "De um lado há excesso de radares e de outro falta prudência dos motoristas que já sabem que a cidade tem radares e que o Código de Trânsito Brasileiro é rigoroso e está sendo aplicado", disse.

O líder do PPB, Luiz Manssur, define como "crime" a aplicaçao das multas. "Primeiro tem de ter a educaçao e depois a multa. Infelizmente, o prefeito transformou a multa em arrecadaçao", lamentou.

Antonio Leite (PT) disse que há uma campanha na cidade de conscientizaçao informando que a velocidade é controlada. "Em outras cidades há placas e nao há radares, mas aqui tem sinalizaçao e tem aparelhos. Todos sabem disso, tanto que a maioria dos motoristas multados nao é da cidade", afirmou.

Leite discorda que as multas sejam fonte de arrecadaçao. "Temos um código de trânsito determinando regras. Nao é indústria de multas, é apenas a aplicaçao das normas", disse.




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