Política Titulo Editorial
O recado da GM
Do Diário do Grande ABC
23/01/2019 | 09:21
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Pode parecer perversa – ou até cheirar a chantagem – a maneira como a matriz da GM nos Estados Unidos trata seus negócios ao redor do globo, reduzindo-os a números no balancete anual, a ponto de cogitar fechar unidades que estejam causando prejuízos. A verdade, porém, é que o acirramento da concorrência internacional e a globalização da economia exigem agressividade das companhias na tomada de decisões, sob risco de inviabilizar suas operações. Países cujos líderes não entenderem a dinâmica dos novos tempos tendem a ser descartados pelos investidores a curto prazo.

Lamentar o comportamento corporativo da GM ou acusar a direção da empresa de insensibilidade social, como alguns oportunistas já começam a fazer, não vai ajudar a manter as fábricas abertas no Brasil. Pelo contrário. É preciso compreender que a posição da montadora norte-americana obedece rigorosamente aos novos protocolos de sustentabilidade de negócios e, a partir daí, modernizar a legislação nacional para evitar a debandada de negócios que ora se evidencia.

Ao dizer, sem meias-palavras, que não vai “continuar investindo para perder dinheiro”, a presidente global da GM, Mary Barra, enviou seu recado a países que resistem a adequar suas regras internas aos desafios dos negócios contemporâneos. A principal executiva da General Motors sinalizou que a marca deixará de atuar em nações que mantêm carga tributária exagerada, excessivas burocracias administrativa e tributária e legislação fiscal complexa e anacrônica.

Embora tenha ficado aquém das expectativas, o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na abertura do Fórum Econômico Mundial, ontem, em Davos, na Suíça, foi ao encontro dos anseios do empresariado global. O chefe do Executivo falou do compromisso de seu governo em “diminuir a carga tributária, simplificar as normas, facilitando a vida de quem deseja produzir, empreender, investir e gerar empregos”. Que a disposição e o bom propósito se transformem em ações concretas para que o Brasil mantenha sua credibilidade internacional.
 




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