Oficializado como candidato do PSDB ao governo do Estado, tucano cola no padrinho político, reforça imagem de trabalhador e reedita slogan
Oficializado como candidato do PSDB ao governo do Estado, o ex-prefeito da Capital João Doria resolveu repetir para este pleito a mesma estratégia da campanha que o conduziu à vitória logo no primeiro turno da eleição de 2016, reforçando a imagem de gestor e homem trabalhador.
O tucano também fez questão de afagar, durante suas falas na convenção do tucanato, realizada pela manhã, na Zona Oeste da Capital, o ex-governador paulista e pré-candidato do partido à Presidência, Geraldo Alckmin, seu padrinho político e principal cabo eleitoral de sua campanha à prefeitura paulistana no pleito de dois anos atrás.
O atual projeto eleitoral de Doria, desta vez rumo ao Palácio dos Bandeirantes, reedita o perfil do tucano de “João trabalhador”, incansavelmente utilizado durante o pleito de 2016, com vídeos que tentam ilustrar que o tucano acorda cedo e trabalha até tarde. Até o mesmo slogan Acelera SP – alusão às promessas de aumentar os limites de velocidade das principais vias de São Paulo, reduzidas na gestão Fernando Haddad (PT, 2013-2016) – está sendo reaproveitado no nome dado à coligação dos cinco partidos que integram o arco de alianças do ex-prefeito. Maior, a coligação que encabeçou na disputa municipal passada também tinha o mesmo nome.
Embora venha utilizando os mesmos ingredientes buscando a segunda vitória nas urnas consecutiva, Doria parte para a disputa estadual em patamar desigual de quando chegou à prefeitura. Diferentemente de 2016, agora, o tucano terá de lidar com alto índice de rejeição. Segundo pesquisa Datafolha divulgada em abril, 33% dos paulistas disseram que não votariam de jeito nenhum no ex-prefeito. Esse desempenho só fica levemente atrás do candidato do MDB, Paulo Skaf, que registrou rejeição de 34%. Pela sondagem, ambos lideram a disputa, com 29% e 20%, respectivamente.
A renúncia de Doria do cargo de prefeito de São Paulo, somada às diversas viagens do tucano durante os últimos meses do mandato, foram os principais fatores que arranharam o favoritismo de Doria. Outra questão que também emergiu negativamente: o tucano se movimentou, internamente, para ser o candidato do PSDB à Presidência, a despeito do já antecipado projeto de Alckmin, seu próprio padrinho.
Ontem, porém, Doria enalteceu Alckmin, ergueu o braço do ex-governador e fez da convenção estadual do tucanato ato em favor da candidatura dele ao Palácio do Planalto. “Aqui (no Estado de São Paulo), conhecidamente é a grande largada (da campanha presidencial), porque esse é o seu Estado. Aqui, o senhor percorreu toda a sua trajetória, como vereador e prefeito de Pindamonhangaba (Interior), depois como deputado, vice-governador e governador por três vezes. Agora, será presidente da República. O senhor é filho de São Paulo e filho do Brasil”, bradou Doria.
REGIÃO
A convenção de ontem também homologou as candidaturas do PSDB a deputado federal, estadual e ao Senado. Entre os nomes da região, está o da primeira-dama de São Bernardo, Carla Morando, que estreará nas urnas na briga por vaga na Assembleia Legislativa. Também ao Parlamento paulista está inserido o projeto do vereador Professor Minhoca, de Santo André.
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