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Setor de brinquedos projeta buscar faturamento recorde
Hugo Cilo e
Rosângela Barbalacco
Do Diário do Grande ABC
18/12/2004 | 14:39
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Os brinquedos devem voltar a reinar nas compras de presente neste Natal. Segundo pesquisa da Abrinq (Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos), mais da metade dos consumidores pretende dar como presente brinquedos na próxima semana. A principal data para o comércio deverá dar um empurrão ao setor, que acumulava até novembro faturamento de R$ 900 milhões – alta de 10% em relação a 2003.

O volume coloca 2004 na terceira posição no ranking de desempenho dos últimos dez anos – atrás somente de 2001 e 2002, que tiveram faturamento de R$ 921,2 milhões e R$ 967,5 milhões, respectivamente. As vendas natalinas, no entanto, devem acrescentar R$ 80 milhões aos números de faturamento do setor e posicionar o ano na liderança absoluta da última década.

Dados da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) comprovam a linha de recuperação do setor. A última sondagem da entidade aponta que 57,6% das crianças preferem ganhar brinquedos. Em 2003, a preferência foi de 48,3%. As roupas aparecem na segunda posição dos desejos infantis, com 13,2%, enquanto CDs têm 5,1% dos pedidos e calçados, 3,8%.

A assessoria econômica da entidade, no entanto, projeta elevação do tíquete médio dos presentes. O último levantamento mostra que o gasto com Natal passará de R$ 40 em 2003 para R$ 51 neste ano. Deflacionado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do período, o valor apresentou crescimento real de aproximadamente 17%.

Recuperação – Para o presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa, a recuperação do mercado de brinquedos é resultado da estabilização de outros segmentos que ganharam espaço nos últimos anos – caso dos celulares e equipamentos eletrônicos.

Costa, no entanto, ressalta que grande parte dos pais ainda não se conscientizou da importância dos brinquedos para o desenvolvimento das crianças. "Alguns jogos estimulam o raciocínio e a coordenação motora. Brincar é comprovadamente bom para a saúde, sobretudo na principal fase do crescimento físico e intelectual."

Segundo Costa, estudos da Abrinq mostram que os brinquedos têm ampliado espaço também entre jovens. "É muito mais simpático e inteligente dar brinquedo para jovens do que celular ou roupas. Isso não acrescenta nada."

Crianças – Ingrid Brandão, 10 anos, prova que as crianças estão mais exigentes. Ela pediu de presente uma agenda de R$ 35. A mãe, no entanto, considerou caro e disse que a filha já pede brinquedos. "Ela quer ser mocinha", diz Quitéria Berto da Silva, de Santo André.

No ano passado, a menina dispensou os brinquedos, mas ganhou um celular para falar especialmente com o pai. Apesar disso, ela conta em segredo que, depois de ganhar a agenda, vai pedir um sapinho de pelúcia. "A gente dá o que ela quer, mas depois ela sempre inventa algum brinquedo", confirma a mãe.

A contrário de Ingrid, os 5 netos e 2 sobrinhos da empresária Solange Garcia, de Santo André, não dispensam os brinquedos. Ela diz que vai gastar cerca de R$ 300 neste ano, e pesquisou os preços em lojas da região e na rua 25 de Março, em São Paulo. "No ano passado comprei todos os brinquedos lá." Neste ano, Solange também fez a maioria das compras em São Paulo, deixou apenas alguns presentes para comprar em Santo André.




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