"O Brasil deve pensar em aumentar sua participaçao nas forças de paz", comentou ele, depois de ter conversado com o ministro da Defesa, Geraldo Quintao, na manha de sábado. Nesta sexta, esteve com o presidente Fernando Henrique Cardoso e os ministros da Fazenda, Pedro Malan, e de Relaçoes Exteriores, Luiz Felipe Lampreia.
Para o diplomata norte-americano (cotado para substituir a secretária de Estado, Madeleine Albright, caso o democrata Albert Gore vença as eleiçoes presidenciais), a falta de apoio internacional às forças de paz provocou desastres, como os problemas ocorridos durante as missoes na Somália, em Angola e na Bósnia. Também afirmou que o Brasil deveria rever a posiçao assumida diante do Timor, ao enviar apenas 51 homens numa primeira etapa, mais o mesmo número numa segunda fase.
A maior participaçao de militares brasileiros em forças de paz ocorreu em Angola, quando 1.100 homens foram enviados, depois Moçambique e Timor. Observadores militares foram enviados a Kosovo, à Sérvia e Bósnia, fronteira do Equador e Peru e à Guatemala.
No entanto, a opiniao de Holbrooke esbarra em resistências dentro do governo brasileiro que alega nao dispor de dinheiro para sustentar batalhoes em outros países. Mas o principal argumento é que as discussoes referentes à ampliaçao do Conselho de Segurança de cinco para oito o número de membros permanentes está fora dos temas principais. Nos bastidores, Fernando Henrique e seus principais assessores afirmam que vao esperar a retomada do debate para reavaliarem a posiçao brasileira. Até lá, a idéia é evitar gastos, enviando apenas observadores militares, no lugar de tropas ou companhias de militares ao exterior.
Depois de pouco mais de 24 horas no Brasil, Holbrooke destacou que a preocupaçao em relaçao ao conselho e à reformulaçao do sistema financeiro da Organizaçao das Naçoes Unidas sao constantes. Segundo ele, os dois assuntos refletem as mudanças globais do momento. No caso do sistema financeiro, o governo dos Estados Unidos defendem nova alteraçao referente ao percentual obrigatório para o pagamento de despesas regulares da ONU. A queixa norte-americana é que só os Estados Unidos têm de pagar 24% no total. "Qualquer reforma no Conselho de Segurança afeta o Brasil", disse ele. "Em dez ou 20 anos, o Brasil ocupará um importante lugar nas Naçoes Unidas."
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