Os brasileiros residentes em Orlando, no estado da Flórida (EUA), já podem estudar numa escola com metodologia brasileira. O Ministério da Educaçao homologou o credenciamento concedido pelo Conselho Nacional de Educaçao a uma escola de ensino fundamental e médio. Na prática, os brasileiros que estudarem lá, quando retornarem ao Brasil, poderao continuar seus estudos sem perder o ano.

Os Estados Unidos concentram a maior colônia de brasileiros no exterior. Sao cerca de 600 mil residentes, sendo que Orlando é uma das cidades mais procuradas. ``Nao é intençao do conselho nem do ministério abrir escolas no exterior e nem seria possível. Mas estamos prontos a examinar projetos adequados fora das fronteiras do Brasil, onde houver demanda e houver alguém interessado a atender essa demanda', afirma o presidente do Conselho Nacional de Educaçao, Ulysses Panisset.

As aulas sao dadas em português por professores brasileiros. Para validar o ensino ministrado por uma escola no exterior, o conselho utiliza basicamente dois critérios: o primeiro é o currículo adequado às diretrizes curriculares nacionais e o segundo é a autorizaçao do órgao competente do país em que a escola se localiza.

Os Estados Unidos é o segundo país onde o ensino ministrado por uma escola foi validado pelo MEC. O primeiro foi o Japao, que possui 233 mil brasileiros. Lá, existem seis escolas brasileiras que ministram o ensino segundo as diretrizes nacionais e que, ao mesmo tempo, ensinam a cultura japonesa.

"Estas escolas atendem uma parte das crianças e dos adolescentes na idade própria para estudar", afirma Panisset. Dos 233 mil brasileiros residentes no Japao, cerca de 30 mil estao entre a faixa etária de sete a 18 anos de idade. No ano passado, também foi implantado no Japao o exame supletivo do ensino fundamental para os adultos acima de 15 anos de idade e médio para os que têm acima de 18 anos.

A Embaixada do Brasil no Japao aplicou as provas em quatro cidades diferentes sob a supervisao do Conselho Nacional da Educaçao. Cerca de 800 brasileiros se inscreveram mas apenas a metade compareceu para fazer a prova. "Eles têm medo de nao estar devidamente preparados", justifica Panisset. Dos que fizeram a prova, os resultados foram satisfatórios. Segundo Panisset, cerca de 80% dos brasileiros no ensino fundamental passaram e 72% no ensino médio. "É um dado encorajador", diz o presidente do conselho.

Tao encorajador que outro exame supletivo já está previsto para ser aplicado nos dias 11 e 12 de outubro. E o Conselho já avalia mais dois pedidos de validaçao do ensino solicitada por escolas no Japao. A decisao será tomada na próxima reuniao do conselho nos dias 11, 12 e 13 de setembro. Em relaçao aos Estados Unidos, nao há novos pedidos de autorizaçao nem reivindicaçao de aplicaçao de exame supletivo.