Diretório estadual analisa processo contra vereador de Santo André por infidelidade
A comissão de ética do PMDB estadual montada para avaliar ação movida contra o vereador de Santo André José de Araújo julgará o caso de infidelidade partidária no primeiro trimestre de 2014. Essa é a estimativa projetada dentro do diretório paulista depois de finalizada a fase de defesa verbal das partes envolvidas no processo partidário. O documento, impetrado pela executiva municipal, liderada por Nilson Bonome, pede a expulsão do parlamentar devido à insubordinação.
A defesa foi firmada em 11 de dezembro, abrindo prazo para conclusão final da ação. Porém, o diretório estadual, presidido por Baleia Rossi, entrou em recesso parlamentar desde o dia 21, retomando os trabalhos apenas no começo de fevereiro, quando reabre as sessões da Assembleia Legislativa, prorrogando o desenlace do processo. Nesse período, não haverá expediente na executiva, dando sobrevida para a articulação de Araújo para tentar sair ileso da trincheira.
Bonome confia no afastamento definitivo de Araújo por considerar que o parlamentar não veste as cores peemedebistas. Segundo ele, a infidelidade “está toda documentada” no relatório protocolado em São Paulo. “Não foi apenas caso isolado. Na eleição, por exemplo, em nenhum momento ele demonstrou disposição de ajudar o partido”, disse o dirigente local, relembrando que o vereador disputou a reeleição sem citar o nome da candidatura majoritária do PMDB e, informalmente, colaborando com o então prefeito Aidan Ravin (PSB), derrotado no pleito.
Outro ponto abordado por Bonome é o fato de Araújo ter negociado diretamente com núcleo político da gestão Carlos Grana (PT) para mudar de lado na Câmara e fazer parte da base de sustentação, sem comunicar os componentes do diretório paulista. “Não teve o mínimo respeito pelos integrantes da cúpula municipal, tratando com o governo de ir para a situação. Na defesa pessoal, ele falou que foi orientado pelo deputado (Jorge) Caruso que fizesse diálogo com o prefeito (petista).”
A orientação seria por conta da relação de Caruso e Baleia com Grana, que atuou como deputado estadual com ambos durante seu mandato (2011-2012). “Referindo-se sobre o caso, disseram que eram amigos de Assembleia. Mas não acho que é possível acontecer isso por parte do presidente (paulista)”, frisou Bonome, ao contar a argumentação de Araújo. “Dar uma ordem desse (jeito) não condiz com postura de respeito (com as instâncias do partido)”, complementou o presidente.
OUTRO LADO
Araújo não foi localizado para comentar sobre o assunto. Ele, por sua vez, alega que tem conversado com os integrantes da executiva paulista e não demonstra preocupação com o andamento do processo, acreditando que será absolvido no episódio, independentemente do prazo para desfecho do caso. Em ocasião passada, o vereador, que está no sétimo mandato na Câmara, relatou que não há argumentação legal para cortá-lo da legenda, da qual sempre fez parte.
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