Política Titulo Até 2024
Em parecer contrário, MPE mantém Vaguinho inelegível

Procuradoria eleitoral opina pela manutenção da pena aplicada ao ex-prefeiturável de Diadema, tido como vice de Filippi

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
11/04/2020 | 00:36
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Banco de Dados


O MPE (Ministério Público Eleitoral) emitiu parecer contrário ao ex-prefeiturável Vaguinho do Conselho (SD), de Diadema, e recomendou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mantê-lo inelegível até 2024. Vaguinho e a também ex-vereadora Cida Ferreira (MDB) foram condenados em duas instâncias por abusos de poder econômico e religioso ao pedirem votos dentro de igreja evangélica na disputa pelo Paço de 2016.

Potencial candidato a vice na chapa do ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), Vaguinho tenta reverter a pena, aplicada na Justiça eleitoral de Diadema e, em seguida, confirmada pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo). Ele e Cida foram responsabilizados por propaganda eleitoral em culto da Igreja Universal, instituição intimamente ligada ao Republicanos (ex-PRB), partido pelo qual Vaguinho concorreu – e perdeu – o segundo turno com o prefeito Lauro Michels (PV).

Em Brasília, os advogados alegaram nos autos que a dupla não teve participação nos fatos, ou seja, não teriam pedido votos na igreja, embora áudios revelem que pelo menos Cida, então vice de Vaguinho, incitou fiéis, ao lado de pastores, a votarem nos dois. No parecer, o MPE defende a manutenção da inelegibilidade porque a dupla consentiu com os atos. “Forçoso reconhecer que a declaração da inelegibilidade foi acertada, pois, embora constitua sanção de natureza personalíssima, os candidatos participaram e anuíram com o ilícito, o que denota participação nos fatos”, sustentou o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes.

As investigações apontam que, às vésperas do segundo turno do pleito, Cida fez declarações durante culto que, segundo a Justiça eleitoral local, causaram “desequilíbrio” na disputa. Em uma celebração, citou que “quando o espírito do mal entra num político, nem que for para vender a mãe, ele vai inventar um monte de mentiras”. Também teve episódio em que pastor comparou Lauro a “satanás” e pediu votos a Vaguinho porque o então republicano iria “ajudar a igreja em Diadema”.

A defesa de Vaguinho não retornou os contatos do Diário. Expulso do Republicanos por infidelidade partidária – apoiou o hoje deputado estadual Thiago Auricchio, do PL, na disputa por cadeira na Assembleia Legislativa, em 2018 –, o ex-prefeiturável chegou a flertar retorno ao PSB para integrar chapa de Filippi, mas fechou com o Solidariedade, sigla chefiada pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, que tem voltado a se aproximar do PT. O petismo diademense aposta na liberação do ex-parlamentar no TSE para anunciar a parceria. O tribunal informou ao Diário que o processo está concluso para apreciação, mas sem data para julgamento.
 




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