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Por dentro da nanotecnologia
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
05/09/2010 | 07:15
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É difícil imaginar algo 70 mil vezes menor do que o diâmetro do fio de cabelo ou um bilhão de vezes menor do que o metro. Mas esse é o tamanho do nanômetro, escala utilizada para medir coisas minúsculas, como átomos e moléculas. Há poucos anos, a ciência começou a manipular materiais dessa dimensão. Assim, nasceu a nanotecnologia.

Em laboratórios, cientistas mexem na estrutura das moléculas para transformá-las em novos produtos. Moléculas de prata, com partículas modificadas, já são utilizadas em algumas geladeiras para eliminar odores e em máquinas de lavar para deixar a roupa mais limpa. Existem outras inúmeras aplicações (veja ao lado).

"Todas as áreas do conhecimento podem se beneficiar", afirma Marcelo Knobel, professor do Instituto de Física da Unicamp. Universidades e diversos setores da indústria desenvolvem pesquisas relacionadas à nanotecnologia. Calcula-se que esse mercado movimentará cerca de US$ 2,6 trilhões até 2014. Cada vez mais, serão necessários profissionais especializados na área, uma das mais promissoras para o mercado de trabalho. Quem curte matérias exatas pode se dar bem.

"Os primeiros resultados estão aparecendo. É preciso se informar para saber se realmente quer se especializar na área, ganhar dinheiro com isso e participar do desenvolvimento", diz Almir Meira Alves, professor de rede de computadores da Fiap. Na opinião do especialista, por enquanto, a internet é o melhor recurso para saber mais sobre o assunto.

Presente em muitas áreas
Cientistas ainda não descobriram todo o potencial da nanotecnologia, explica Almir Meira Alves, professor de rede de computadores da Fiap. Entretanto, sabe-se que pode ser aplicada em muitas áreas.

Na indústria têxtil, por exemplo, desenvolve-se tecidos que evitam a formação de bactérias, não mancham e amassam, além de roupas para natação mais finas, impermeáveis e isolantes, garantindo melhor rendimento dos atletas.

O uso na medicina promete revolucionar. Nanorobôs farão diagnósticos de doenças com mais precisão. Também poderão aplicar remédios diretamente nas células doentes, como as cancerosas.

Na informática, processadores e outros componentes com nanotecnologia permitirão a fabricação de supercomputadores. Até mesmo a indústria de cosméticos investe em pesquisas na área para desenvolver cremes que penetram melhor na pele, entre outros produtos.

Já existem tintas para carro à prova de riscos e outros revestimentos resistentes estão sendo criados.

Como se especializar
Há poucas instituições que oferecem cursos que abordam nanotecnologia. A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) é, por enquanto, a única instituição no Brasil a possuir graduação na área. Em 2011, a PUC-Rio terá curso de Engenharia de Nanotecnologia. Por ser multidisciplinar (envolve vários campos do conhecimento), quem deseja especializar-se pode fazer faculdade de Física, Química, Biologia, Matemática e Engenharia, segundo Marcelo Knobel, do Instituto de Física da Unicamp. A dica é envolver-se em projetos de pesquisa em nanotecnologia desde a graduação. As principais universidades do País têm pós-graduação na área.




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