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Um domingo qualquer
Do Diário OnLine
01/07/2001 | 19:11
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O conceito é o mesmo: 22 jogadores correndo atrás um bola, sendo empurrados por uma torcida apaixonada. Mas a história é muito estranha se você se dá conta que, exatamente ao lado do pequeno estádio de bairro, está o lendário Centenário. “Todo domingo é assim, hoje não seria diferente. Por que seria?”, disse Luiz Méndez, como se não soubesse o que iria ocorrer dali a poucas horas.

Méndez é o pai de um dos cerca de 35 garotos de três categorias que, todos os domingos, entram em campo para defender o Miramar pelo campeonato regional uruguaio. A coisa funciona assim: o clube recebe três quadros de seu adversário e as partidas acontecem sob os olhares atentos de pais e avós, que não poupam críticas à arbitragem - como acontece em toda parte do mundo - e ajudam a equipe como podem, como por exemplo organizando rifas. Ontem, estava em jogo um uísque de marca suspeita e todos os números foram vendidos rapidamente.

No sábado, quatro horas antes do clássico Uruguai x Brasil, os garotos da sétima divisão do Miramar, com idades entre 12 e 13 anos, não estavam nem aí para o espírito Celeste. Afinal, era dia de enfrentar o Colón por mais uma rodada do campeonato. “É um jogo importante para a classificação da equipe”, conta Méndez, entre um incentivo e outro ao filho Pablo, lateral-direito que mostrou ter intimidade com a bola.

As partidas são a grande diversão de domingo para um grupo de pessoas que fazem do campeonato um programa familiar. O almoço acontece ali mesmo, no Estádio Parque Mendez Piana. Num pequeno balcão, vende-se refrigerante de segunda categoria e um pastel que em nada fica a dever aos das feiras brasileiras. O campo fica dentro do Parque José Battle y Ordóñez, onde também fica o Centenário.

Não houve gols no jogo da sétima divisão e o Miramar manteve suas possibilidades de classificação. O time principal do clube atualmente joga na segunda divisão nacional, mas muitos daqueles garotos, como Pablo, sonham em um dia poder jogar no estádio ao lado, talvez contra um adversário tão importante quanto o Brasil. Por enquanto, a realidade é outra. “Agora vamos para casa, ver a partida pela televisão”, conta Mendez.

Normal — Nem mesmo um jogo da importância de Uruguai x Brasil alterou a rotina de um grupo de atletas que, todos os finais de semana, treina na pista de atletismo oficial do Parque Battle. Isso sem contar as inúmeras pessoas que não evitaram a região do estádio e faziam caminhadas e jogging. O parque tem ainda um velódromo (pista de ciclismo) que ontem não estava sendo utilizado.




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