Economia Titulo Crédito do aposetando
Preços altos estimulam demanda por consignado
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
29/06/2013 | 09:19
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Aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) recorreram mais ao crédito consignado em maio. O total emprestado cresceu 31,75% em relação ao mesmo mês no ano passado, alcançando R$ 3,826 bilhões, e o número de contratos aumentou 24,4%, atingindo 1,09 milhão.

Para se ter ideia do quanto isso significa, o volume oferecido aos beneficiários do INSS representa 28% do total de empréstimos consignados concedidos em maio (R$ 13,679 bilhões), conforme dados do Banco Central. Considerando o universo total de crédito pessoal financiado no mês (R$ 21,2 bilhões) o peso é de 18%.

O principal motivo que leva os segurados da Previdência Social a recorrer a empréstimos, na avaliação do economista Marcos Antonio Biffi, pró-reitor de graduação da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), é a alta dos preços de produtos e serviços que mais pesam no bolso dos aposentados e pensionistas.

Segundo o INPC (Índice Naconal de Preços ao Consumidor), indicador de inflação que corrige os benefícios do INSS e abrange quem ganha até cinco salários-mínimos (R$ 3.390), em maio houve aumento de 0,35% nos preços, sendo que os gastos com habitação subiram 0,70% e os com Saúde e cuidados pessoais, 0,94%, ou seja, cresceram acima da inflação. Nos últimos 12 meses, o INPC variou 6,95%.

“O aposentado tem dificuldade em se manter principalmente por conta dos desembolsos com medicamentos, plano de saúde, aluguel e alimentação, cujos preços sobem mais do que o seu salário”, aponta Biffi.

Tanto que a maioria dos contratantes recebe até um salário-mínimo. Mais da metade, 53,8% ou 587.365 operações foram efetuadas por quem ganha no máximo, portanto, R$ 678.

Esses aposentados e pensionistas emprestaram R$ 1,447 bilhão (37,8% do total). Nessa faixa de remuneração, em média, os segurados contrataram, no crédito pessoal, R$ 2.468,28.

Do total dos financiamentos, 86,56% foram parcelados entre 49 e 60 meses. E 52,19% foram contratados por mulheres.

Seguro

O economista ressalta que, pelo fato de o consignado ser um empréstimo ‘seguro’ por ser vinculado ao pagamento do benefício – é descontado assim que o dinheiro cai na conta –, “os bancos abriram as torneiras”. “A taxa de inadimplência é próxima de zero, não é preciso fiador e o crédito é automático.”

Atualmente, conforme informações da Previdência Social, as taxas máximas para o empréstimo são de 2,14% ao mês e, para o cartão consignado, de 3,06% ao mês.
Pelo fato de os juros serem menores, o crédito pessoal foi o que mais cresceu em maio. Foram emprestados R$ 3,824 bilhões em 1,086 milhão de contratos. A soma dos recursos foi 31,67% superior ao total de maio do ano passado.




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