O empresariado do setor industrial se mantém otimista, embora tenha havido ligeira redução no Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial), em junho na comparação com maio. O indicador, apurado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), caiu 0,3 ponto, ficando em 66 pontos (varia de zero a 100, sendo que menos de 50 significa pessimismo). O resultado segue acima da média histórica, que é de 59,2 pontos.

Segundo a pesquisa, feita com 1.651 empresas em 24 Estados e no Distrito Federal, os dirigentes das indústrias avaliam que o cenário atual dos negócios é favorável (recebeu 60,8 pontos, apenas 0,2 menos que em maio) e as expectativas em relação ao crescimento da economia brasileira para os próximos seis meses passou de 69,1 pontos em maio para 68,6 pontos em junho. Isso indica que a indústria ainda deve manter o ritmo dos investimentos.

PORTE
O estudo aponta que os dirigentes de grandes empresas se mostram mais confiantes que os pequenos e médios empresários. Enquanto nas primeiras, o índice atingiu 67,1 pontos, maior que os 65,9 pontos registrados nas de médio porte e também acima dos 64,6 pontos nas pequenas indústrias.

Para o gerente executivo da pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, a diferença de avaliações se deve ao fato de que as de grande porte enfrentam menos dificuldades, porque têm, por exemplo, mais acesso a capital de giro e se beneficiam mais da gradual melhora das exportações.

O diretor titular do escritório do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Caetano, William Pesinato, colaboram para que os fabricantes estejam um pouco menos otimistas fatores como a elevação da Selic (a taxa básica de juros) e o crescimento das importações, que afetam sobretudo as pequenas empresas. Ele afirma, por exemplo, que fabricantes que fazem componentes (automotivos) estão tendo queda de faturamento, já que a importação de autopeças tem crescido.

A pesquisa revela que a construção civil é a atividade com o maior índice de otimismo. O Icei do setor ficou em 66,4 pontos em junho, 0,7 ponto acima do indicador de maio. A indústria extrativa teve otimismo de 65 pontos e a de transformação, de 65,1 pontos.

O segmento de veículos automotores (o índice caiu de 65,4 para 62,9) está entre os que apresentaram as maiores queda no indicador.