Economia Titulo Até novembro
Vendas de veículos têm queda de 43,4%

Neste ano, mercado de zero-quilômetro encolheu quase à metade de 2019 no Grande ABC

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
05/12/2020 | 00:06
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Celso Luiz/DGABC


No Grande ABC, o mercado de venda de veículos zero-quilômetro encolheu praticamente à metade neste ano. Entre janeiro e novembro foram emplacados 26,9 mil veículos – sendo 2.920 no mês passado. No mesmo período em 2019, este número já estava em 47,5 mil e fechou 2019 com 50,8 mil emplacamentos. Comparando o acumulado dos 11 meses, houve uma queda de 43,4%.

Os números são da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Com a venda de 2.920 veículos em novembro, a região praticamente se manteve estável em relação a outubro, com variação de 0,97%, quando registrou 2.851 emplacamentos. Cenário diferente do nacional, que teve 225,5 mil vendas, o que representou aumento de 4,65% em relação a outubro.

Neste ano, já foram comercializadas 1,8 milhão de unidades em todo o território nacional, número que representa uma queda de 28,15% em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com o coordenador de MBA em gestão estratégica de empresas da cadeia automotiva da FGV, Antonio Jorge Martins, o mercado de venda de carros novos funciona em razão do PIB (Produto Interno Bruto). Ou seja, quando há tendência de recuperação do indicador, os motoristas se sentem mais à vontade para a compra.

“O consumidor precisa ter confiança para adquirir um bem que, na maioria das vezes, é pago com financiamento. Há a perspectiva de que, com a melhora dos indicadores econômicos, esse percentual vá aumentando. A tendência é a de que no fim do ano aconteça uma aquecida no mercado (por causa do pagamento de gratificações, como o 13º salário), mas nos meses iniciais, ocorre justamente o contrário”, afirmou, ao reiterar que 2020 é um ano totalmente atípico por causa da pandemia do novo coronavírus, e que o término do pagamento do auxílio emergencial também influencia negativamente.

“Claro que quando a gente fala de confiança, estamos dizendo em geral no Brasil. Cada uma das regiões tem a sua especificidade. O Grande ABC, por ter uma concentração maior de indústrias, sentiu mais essa retração no poder de compra, por exemplo”, explicou Martins.

O professor da Escola de Negócios da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Volney Gouveia também citou que, além das condições econômicas, a pandemia trouxe mudanças nos hábitos. “Temos o aumento do desemprego, o que impacta diretamente nas decisões de compra das famílias, que tendem a postergar a compra de um automóvel. Além disso, no atual momento que estamos vivenciando, o veículo está sendo cada vez menos utilizado, ou seja, há uma menor demanda.”
 




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