Presidente municipal do PT de São Bernardo entre 2008 e 2013, Wanderley Salatiel cogita retornar à legenda após pouco mais de dois anos fora dos quadros petistas. Depois de deixar, recentemente, o PCdoB, o ex-dirigente afirmou ao Diário que analisa ainda os próximos passos na vida política, porém não descarta essa volta à antiga casa. “Pretendo me filiar a um partido e será no campo de esquerda. Só não sei qual, por enquanto. Muita gente pede para eu voltar ao PT, mas é algo que eu preciso pensar, conversar com as pessoas, principalmente com a (deputada estadual) Ana do Carmo (PT). Meu caminho é de esquerda”, destacou.

A saída de Salatiel do PT ocorreu em 2015, após desentendimentos relacionados a uma possível candidatura a vereador. Durante o processo de discussão, o político se sentiu escanteado no projeto sucessório do ex-prefeito Luiz Marinho (PT).

Diante da saia justa, Salatiel acabou indo para o PCdoB, no qual concorreu por uma vaga de vereador em São Bernardo e obteve 1.218 votos, insuficientes para garantir espaço na Câmara. A legenda, atualmente, no entanto, faz parte da base de apoio ao prefeito Orlando Morando (PSDB).

“(Saí do PT) por um episódio isolado. O PT é um grupo, não uma pessoa. Não pensei isso direito na época e deveria ter pensado melhor. Foi uma falha que eu tive”, ponderou Salatiel, ao relembrar os desentendimentos que teve com a direção da sigla, à época já comandada por Brás Marinho, irmão do ex-prefeito e reeleito no PED (Processo de Eleições Diretas) deste ano.

Curiosamente, tanto Salatiel quanto Brás ocupam cargos de assessores no gabinete de Ana do Carmo na Assembleia Legislativa, que deve tentar pela primeira vez uma cadeira na Câmara Federal em 2018. “Ainda estou sem partido, trabalho com a deputada Ana do Carmo e temos essa missão de elegê-la a federal”, completou o ex-mandatário.

O ex-petista defende, por outro lado, que o PT retorne às suas origens históricas. “O PT precisa fazer o que parece que está fazendo, que é trabalhar a base, junto a associações de bairros, núcleos. Sempre teve esse trabalho muito forte e a cúpula petista, com o passar dos anos, foi esquecendo disso.” (colaborou Raphael Rocha)