"O governo americano é radical e bélico", afirmou Khatami numa coletiva de imprensa. "Espero que não cedam a esse mal (de atacar o Irã), pois não será prejudicial apenas para os interesses dos Estados Unidos, mas também para região e o planeta", acrescentou.

"Eu os advirto: que não façam uma coisa que seja prejudicial, uma intervenção no Irã não vai envolver somente nosso país, vai espalhar a insegurança na região e no mundo inteiro", lembrou Khatami.

O Irã é o segundo exportador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Em abril, o líder supremo da Revolução Islâmica, aiatolá Khamenei, e o ministro do Petróleo, Bijan Namdar Zangheneh, tinha convocado os países islâmicos produtores de petróleo a decretar um embargo aos aliados de Israel, principalmente aos Estados Unidos.

"Não lhes daremos pretexto. Mas se eles lançarem uma ação contra nós, posso garantir que o povo e o governo estarão determinados a defender a independência e a integridade do país", acrescentou o dirigente iraniano.

Em janeiro, o presidente americano George W. Bush tinha avaliado que o Irã faz, junto com o Iraque e a Coréia do Norte, parte do "Eixo do Mal", designando-o implicitamente como um potencial alvo de sua "guerra antiterrorista".

Há algum tempo, Khatami classificou os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos como "acontecimentos horríveis". O presidente iraniano também reiterou à oposição de Teerã um ataque americano contra o Iraque.

Se bem que isto não conduz a uma unanimidade no seio da comunidade internacional, os Estados Unidos "querem intervir" contra o Iraque, mas "esta ignorância seria um precedente perigoso que ameaça a segurança do mundo inteiro", manifestou o presidente iraniano. "Mas penso que a opinião pública se desespera cada dia mais, inclusive nos Estados Unidos, contra este projeto", concluiu Khatami.