Política Titulo Reajuste
Tite Campanella aplica 10,25% de
aumento na taxa do lixo

Gestão do prefeito interino de São Caetano usa mesmo índice de reajuste do IPTU para tributo cobrado na conta de água

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
15/11/2021 | 00:10
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


O governo do prefeito interino de São Caetano, Tite Campanella (Cidadania), anunciou aumento de 10,25% na taxa do lixo a partir de janeiro de 2022. O mesmo índice foi aplicado para reajustar o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) do ano que vem.

O acréscimo nos valores do tributo foi oficializado recentemente pelo Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental de São Caetano) no Diário Oficial do município e será aplicado de forma linear para todos os contribuintes, independentemente da categoria (residencial, comercial ou industrial). A portaria foi assinada pelo superintendente do Saesa, Rodrigo Toscano.

A medida foi tomada em meio a série de aumentos aplicados pela gestão Tite nas últimas semanas. No fim de outubro, o Palácio da Cerâmica tornou oficial o reajuste de 10,25% nos carnês de IPTU. O índice se refere à correção da inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), e foi aplicado por meio de decreto. Com o aumento do tributo, a receita do imposto no próximo ano deve chegar a R$ 195,5 milhões – incremento de R$ 18,2 milhões, em comparação com a previsão com a arrecadação prevista para este ano.

O Diário mostrou em setembro que São Caetano possui o IPTU per capita mais caro do Grande ABC, segundo estudo do TCE (Tribunal de Contas do Estado), que apontou que cada morador são-caetanense paga, em média, R$ 1.151,25 pelo imposto.

Outro aumento de tributos e taxas no município aplicado pela gestão interina foi o do valor da Zona Azul, que sofreu 50% de majoração – o valor por hora no estacionamento rotativo passou de R$ 2 para R$ 3. Recentemente, o Diário mostrou que o reajuste do serviço ocorreu mesmo após o município ter tido aval da Justiça para congelar o preço. As decisões impopulares da gestão interina, inclusive, tem sido questionadas judicialmente. O Ministério Público emitiu parecer contrário ao aumento da Zona Azul.

O posicionamento foi incluído no âmbito do processo que culminou com acordo entre o governo Tite e a Assistpark Sistema de Estacionamento Rotativo. A empresa ingressou com ação para forçar o Palácio da Cerâmica a reajustar o serviço, mas mesmo com negativa da juíza Daniela Anholeto Valbao Pinheiro Lima, da 6ª Vara Cível da cidade, para conceder liminar a favor da empresa, o governo interino assinou acordo que resultou no aumento.

O MP, porém, listou série de argumentos para que a Justiça rejeitasse o acerto. “Em primeiro lugar, em se tratando de contrato com obrigações complexas e de receita variável, como é o contrato de estacionamento rotativo, entende-se que a verificação de eventual desequilíbrio econômico-financeiro não pode ser tomada tão somente pela ausência de reajuste no preço das tarifas. Há outros fatores relevantes, como volume de veículos que utilizam o sistema, custo de manutenção do serviço (que pode ter diminuído, por exemplo, com a automação do sistema, com menor necessidade de contratação de pessoal), dentre outros”, opinou a promotoria.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;