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Pesquisa: investimentos devem aumentar na AL
Do Diário do Grande ABC
08/05/2000 | 15:07
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Uma pesquisa inédita da Arhur Andersen entre as 500 maiores empresas latino-americanas sobre as expectativas de investimento na regiao mostra que o nervosismo dos principais executivos exposto no ano passado por causa dos impactos da crise econômica internacional já passou. O levantamento indica que a maioria (90%) acredita que os investimentos estrangeiros diretos (IED) vao aumentar em relaçao ao ano passado, quando o setor empresarial diminuiu seu ritmo de expansao na América Latina.

"Como conseqüência da crise de 99, criou-se um certo nervosismo entre os empresários, mas hoje a confiança já voltou por causa da resposta rápida dos dirigentes dos países da regiao para enfrentar essa crise", disse José Luiz Vázquez, sócio-diretor da Arthur Andersen para a América Latina.

Dados do World Economic Forum (WEF) mostram que o fluxo de recursos estrangeiros para a América Latina somou US$ 70 bilhoes no ano passado, dos quais 90% se referem a investimentos diretos. A pesquisa, divulgada durante a Cúpula Econômica do Mercosul, organizada pelo WEF, mostra ainda que 97% das 500 empresas consultadas, cuja receita total anual chega a US$ 96,4 bilhoes, acreditam que os níveis de produçao nos países da regiao vao aumentar e que grande parte dos lucros dessas empresas será revertida a investimentos em modernizaçao. "Acreditamos que a América Latina continuará a crescer e ainda deve passar por uma série de mudanças", disse Jim Wadia, gerente mundial da Arthur Andersen.

Para Vázquez, a crise de 1999 na regiao passou para a história e hoje a América Latina vive um ambiente de maior confiança. A expectativa sobre a oferta ou manutençao de empregos, por exemplo, mostra essa confiança em relaçao à regiao. Embora reduzido em comparaçao com os outros resultados do levantamento, 25% dos executivos responderam que pretendem contratar novos funcionários e outros 50% afirmaram que manterao sua folha de pagamento. Outros 71% acreditam ainda que os níveis de emprego na regiao vao aumentar e 28% disseram que devem manter-se no patamar atual. Ou seja, apenas 1% acredita que haverá reduçao de empregos.

Mas nem todos estao tao convencidos de que a América Latina está fazendo o dever de casa para atrair a confiança total dos investidores. Peter Cornelius, diretor da área de competitividade do WEF, disse que a regiao mostra ainda algumas fragilidades que precisam ser sanadas. Entre elas, ele cita a área de educaçao, os custos e o desenvolvimento tecnológico das telecomunicaçoes e a Internet. A pesquisa da Arthur Andersen mostra, por exemplo, que 85% dos executivos consultados atribuem a liderança da América Latina no aspecto de pobreza no mundo aos baixos investimentos em educaçao.

Além disso, explicou Cornelius durante o painel sobre Investimentos Diretos, a América Latina ainda é vista com um mercado de trabalho inflexível. "Embora a Argentina tenha começado a fazer a sua reforma trabalhista, ainda resta muito a ser feito na regiao", disse Cornelius. De acordo com ele, ainda existem cerca de oito variáveis nas quais as empresas baseiam a sua decisao de investimentos, já que o capital internacional continua muito móvel e as opçoes de aplicaçao em países em desenvolvimento sao muitas. "Os executivos têm observado muito como anda a abertura da economia de um país, a capacidade de financiamento dos governos, o funcionamento das instituiçoes, o avanço tecnológico, a situaçao da infra-estrutura, a força de trabalho, a competitividade e desenvolvimento dos centros urbanos", afirmou Cornelius.




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