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Festa promovida por
políticos tem 12 feridos
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
06/01/2011 | 07:09
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Seis dias depois da mal-sucedida queima de fogos na prainha do Riacho Grande, em São Bernardo, ainda não há apontamento de culpados. Testemunhas dizem que a subprefeitura local, sob o comando de Fábio Landi (DEM), organizou o show pirotécnico em comemoração à passagem de ano, na madrugada do dia 31 de dezembro para 1º de janeiro. Ao menos uma dúzia de pessoas teria ficado ferida depois de a estrutura com as bombas virar em direção aos expectadores.

A Prefeitura, no entanto, rechaça veementemente qualquer atuação do governo na atividade, ao frisar, por nota, que "não teve nenhuma participação na queima de fogos" realizada no Réveillon na prainha.

A Polícia Militar que fazia ronda próximo ao acontecimento foi avisada por moradores do incidente. Foi lavrado boletim de ocorrência número 003/2011, às 3h40 do primeiro dia do ano. Não há informações sobre quem foram os organizadores.

O relato dos policiais aponta apenas dois feridos: Vicente Pereira Dias e Alexandre Pereira Dias. Foram atendidos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas) e no Hospital Municipal Universitário. Segundo informações de munícipes que não quiseram se identificar, ainda há atingidos internados em hospitais da cidade.

 B.O. assinala lesão corporal e perigo para a vida ou à saúde de outrem (artigos 121 a 154 do Código Penal), além de explosão (artigo 251, expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos do Código Penal).

Como foi no plantão policial, o boletim foi feito no 3º DP. Mas é o 4º DP do Riacho Grande que investigará o caso, mas ainda não iniciou as deligências pois, segundo os funcionários que trabalhavam ontem à tarde no departamento, o documento ainda não havia chegado para que as apurações fossem iniciadas.

Ainda no fim da tarde de ontem, caminhão da Prefeitura recolheu parte dos aparatos utilizados na queima de fogos. Às 17h10 a subprefeitura já estava fechada, o que dificultou o acesso a informações e explicações do subprefeito Fausto Landi - o democrata não foi encontrado para comentar o assunto.

 "Está todo mundo revoltado", afirma Marco Antônio, morador do bairro, um dos poucos que falam abertamente sobre o assunto. "O que aconteceu não volta mais. Mas queremos que nas próximas vezes esse desastre não aconteça", completa. Outras pessoas ressaltaram que viram funcionários da administração montando as estruturas no dia 31.

Nos anos anteriores, a atividade era organizada pela Associação de Comerciantes do Riacho Grande, com apoio do Executivo e de órgãos de Segurança, que isolavam a área, avaliavam as condições dos fogos e faziam outras prevenções. Mas, desta vez, ainda segundo testemunhas, isso não ocorreu. Até o fechamento desta edição, o Corpo de Bombeiros não havia informado se havia alvará para o show pirotécnico.

Comerciantes afirmam que procuraram a Prefeitura para obter apoio na realização da festa, mas até a antevéspera do fim do ano não obtiveram resposta. Assim, a associação se afastou da organização, por falta de tempo hábil para a execução da queima de fogos.




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