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Comer fora no Grande ABC é 7% mais caro do que em São Paulo
Cibele Gandolpho
Do Diário do Grande ABC
07/03/2010 | 07:02
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Fazer refeições fora de casa está cada vez mais incorporado à rotina dos brasileiros. No entanto, o preço médio no Grande ABC custa R$ 20,34, ou seja, 7% a mais do que gastam os paulistanos, cujo valor médio fica em R$ 19,01. No Brasil, a média é ainda menor: R$ 18,18 por refeição, segundo dados de pesquisa da Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador).

No ano passado, esse hábito movimentou R$ 58 bilhões e o volume deve avançar mais 10% em 2010, como acontece há uma década, de acordo com a Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação).

Em São Caetano, a média é de R$ 20,44; em Santo André, R$ 20,77; São Bernardo, R$ 19,61; e em Diadema, R$ 20,55. As demais cidades não foram incluídas na pesquisa da Assert. Os valores estão baseados em preços de self service, por quilo, restaurantes com por preço fixo, a la carte e comercial (prato feito).

Não há razão específica que explica a variação em relação à Capital. Motivos como o alto número de indústrias e serviços na região, somado à distância para trazer insumos podem ajudar a elevar o preço. Além disso, os restaurantes instalados no Grande ABC já apimentaram mais os valores por conta das chuvas nos meses de janeiro e fevereiro, que prejudicaram hortifrutis.

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) medido pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) encerrou janeiro em 1,34%, média acima do esperado. Um dos principais vilões desta alta foi o grupo alimentação, correspondendo a 25%, sendo que apenas as verduras ficaram 16,51% mais caras no período.

HÁBITO - De acordo com estudo da empresa de pesquisa de mercado GFK Brasil, 51% da população costumam comer fora com frequência, sendo que 23% fazem suas refeições fora todos os dias, incluindo os fins de semana. Esse dado representa a metade do que ocorre nos Estados Unidos, onde mais de 50% dos gastos com alimentos são feitos na rua.

Vários fatores explicam essa prática. "A presença maior da mulher no mercado de trabalho, a urbanização acelerada do País e o ritmo de vida corrido fazem com que o tempo para cozinhar seja cada vez mais escasso. Isso leva as pessoas a procurarem alternativas fora de casa para se alimentar", explica Rodrigo Vassimon, vice-presidente da divisão de alimentação fora do lar da Unilever. A empresa pretende investir no lançamento de mais produtos nessa área.

Vale-refeição só dura metade do mês na Grande São Paulo

Com a refeição custando na Grande São Paulo em torno de R$ 19,01, o vale-alimentação fornecido pelas empresas como benefício diário aos funcionários não chega ao fim do mês, ou melhor, só dura metade dele. Levantamento da Assert mostra que o valor médio do auxílio é de R$ 10 por dia.

A equipe da entidade entrevistou 3.224 responsáveis por restaurantes em 23 municípios do País. Foram incluídos estabelecimentos filiados a pelo menos uma empresa operadora de benefícios.

A diferença sai do bolso do funcionário. Em São Paulo, por exemplo, o trabalhador precisa bancar R$ 9 por dia, ou R$ 180 por mês, segundo a Assert. Em um ano, o paulistano gasta, em média, R$ 1.980 a mais para fazer sua refeição perto da empresa.

As companhias de vale-refeição tentam adequar os valores dos benefícios à realidade praticada no mercado. Raquel Trindade, diretora de marketing da Sodexo, conta que "o estudo da Assert é um parâmetro para nossos clientes adequarem o benefício aos preços praticados pelos restaurantes".




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