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Marinho exonera 20 casos de nepotismo
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
28/12/2009 | 07:01
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Celso Luiz/DGABC


A administração de São Bernardo teria exonerado ao menos 20 funcionários comissionados que são parentes de servidores do primeiro escalão do prefeito Luiz Marinho (PT). A assessoria da Prefeitura não retornou os contatos feitos pela reportagem para confirmar a informação, de fonte do próprio Executivo.

Os dados sobre os casos de nepotismo são aguardados pelo MP (Ministério Público), que abriu inquérito civil após denúncia feita pelo munícipe Marcelo de Sá e Sarti, em maio.

Dois prazos para o envio das informações à promotoria não foram cumpridos por Marinho. A nova data-limite expira na primeira semana de janeiro. O órgão de defesa pública solicitou ao chefe do Executivo relatório sobre a situação dos comissionados.

Na única resposta que o MP teve até o momento, a Prefeitura informa que as providências para banir as ocorrências foram tomadas e os funcionários que se enquadram na Súmula Vinculante n.º 13 do STF (Superior Tribunal Federal) foram exonerados até o dia 19 de novembro. O ofício da administração, no entanto, não revela quantos e quais trabalhadores estavam nomeados de maneira irregular.

O Notícias do Município, órgão oficial de imprensa da Prefeitura, edição do dia 19 do mês passado, traz 21 publicações de demissões pelos mais variados motivos. Dentre elas, Mercês de Almeida Simões e José Ferreira Simões, respectivamente irmã e cunhado de Maurício Soares (PT), assessor especial de gabinete.

Ela havia sido nomeada dia 21 de janeiro como monitora de atividades ligadas à juventude. Em 1º de junho, no entanto, pediu exoneração do cargo. Mas dias depois fora recontratada para a mesma função, na qual permaneceu até novembro. A Prefeitura não explicou o motivo da movimentação da funcionária.

Já José Ferreira Simões era comissionado desde 4 de fevereiro, ocupando o cargo de chefe de divisão.

Outros familiares do ex-prefeito e aliado político de Marinho devem continuar na administração: Ana Lúcia Soares de Oliveira, que trabalha na Secretaria de Comunicação, e Odilon Soares de Oliveira, diretor-presidente da empresa de transporte coletivo. Eles são primos de Maurício e passam do terceiro grau na relação familiar do petista.

Marcelo de Sá e Sarti, que entrou com representação no MP contra as contratações irregulares, observa que mesmo sem o envio das informações detalhadas, sua iniciativa teve "resultados positivos".

"Até agora, nosso esforço teve consequências satisfatórias. Não acredito que o prefeito deixará alguém trabalhando na administração de forma ilegal para correr o risco de perder o mandato. Só gostaria que as coisas fossem mais claras, as informações mais pontuais e esclarecedoras", analisa o metalúrgico aposentado. 




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