Fim de novela: Muricy Ramalho, oficialmente anunciado como novo técnico do Santos, vê o time das tribunas diante do Colo-Colo, hoje à noite, na Vila Belmiro, na luta alvinegra pela sobrevivência na Copa Libertadores. Os brasileiros (só dois pontos no torneio) estão na lanterna do Grupo 5, a exemplo dos venezuelanos do Deportivo Táchira. Os visitantes lideram (seis) e, logo em seguida, estão os paraguaios do Cerro Porteño (cinco).

Na próxima semana, quinta-feira, Muricy já estará no comando contra o Cerro na casa do adversário na penúltima batalha do Santos para se manter briga. Na última rodada, irá receber o Táchira no Estádio do Pacaembu.Muricy assume o cargo no momento em que os torcedores juntam os cacos do tropeço frente ao Palmeiras. Houve muitos protestos. Então, a diretoria decidiu abrir os cofres para concluir a milionária transação. Fala-se que o salário de um ano renderá R$ 550 mil mensais ao atual comandante.

Além disso, o agente do treinador, Márcio Rivellino, teria obtido a promessa de mais R$ 150 mil de eventuais patrocinadores pessoais. Comenta-se que as luvas foram estipuladas em R$ 2 milhões e serão diluídas em prestações. Antes de selar o acordo, o clube reuniu os investidores ligados ao presidente Luís Alvaro de Oliveira para avalizar os pagamentos prometidos. O total, porém, ficaria na dependência dos resultados. Somente o título mundial daria exatos R$ 5 milhões.

Contam que as bonificações acertadas incluem R$ 3 milhões pela conquista da Libertadores, R$ 2 milhões pelo troféu nacional e R$ 1,5 milhão se a equipe chegar ao bicampeonato estadual. "Muricy é um nome de ponta. Os valores definidos estão dentro de nossas possibilidades. Aqui, não fazemos loucuras. Não houve problemas nas negociações", destacou o diretor de futebol Pedro Luiz Nunes Conceição. Independentemente de qualquer coisa, é bom frisar que o Muricy passa a ser parceiro do Santos. As ações serão benéficas para ambos os lados", destacou o dirigente.

Muricy, que se apresenta somente amanhã, disse que pretendia concluir as férias para descansar, mas as circunstâncias o levaram a antecipá-las para ajudar o Santos. Quanto ao duelo de hoje, ele garante que não irá interferir diretamente no trabalho em andamento. "Vou abraçar, desejar boa sorte ao grupo e dar muita força a todos. É o que mais precisaremos. Agora, o Marcelo Martelotte é mais importante do que eu para que a gente comece a reagir", afirmou.

Enquanto isso, o Santos acertou verbalmente ontem a permanência do meia Jean Carlos Chera, 15 anos, que interessava aos europeus, especialmente ao Lyon. "Apertei a mão do Celso Chera (pai do menino prodígio) em uma negociação bastante difícil. Não assinamos o documento, mas ele continua conosco por mais três temporadas", comemorou Luís Álvaro.

Marcelo Martellote assume o último desafio na Vila

Aparentemente, a presença de Muricy Ramalho nas tribunas da Vila Belmiro não irá comandar o interino Marcelo Martelote, que só fala em repassar o cargo da melhor forma possível.

Segundo ele, só resta o desafio de superar os chilenos para que o Santos permaneça vivo na Copa Libertadores. "Não vejo este duelo como coisa pessoal. Existe, sim, a obrigação do resultado muito mais pela situação em que nos encontramos na tabela", observou Martelotte, sem que aumente a própria responsabilidade. Segundo ele, porém, seria importante achar o rumo alvinegro no torneio sul-americano. "Acho que a missão é só minha, mas do elenco todo", afirmou Martelotte, que aposta na reação do time.

Ele decidiu manter os titulares derrotados no clássico diante do Palmeiras. Também negou que Muricy tenha supostamente interferido na escalação. "A partir de amanhã, podem ocorrer mudanças que não dependerão mais de mim, mas do Muricy. Creio que cumpri meu dever", concluiu.